martes, 6 de noviembre de 2012

MEPR.- Exigimos a liberdade de João!

Exigimos a liberdade de João, estudante preso por lutar!

Reproduzimos abaixo matéria publicada no jornal El Pueblo (periodicoelpueblo.cl), dos companheiros lutadores chilenos, a respeito da prisão de um jovem ativista do movimento estudantil desse país. O estudante secundarista João está preso, sem provas, acusado de participar do incêndio de ônibus, por manifestantes, na capital Santiago. Enquanto isso, o velho Estado chileno mantém impunes os policiais que assassinaram, há pouco mais de um ano, o jovem Manuel Gutierrez, durante uma manifestação, ou os que abusam sexualmente e espancam estudantes. Nós do MEPR, daqui do Brasil, mais uma vez, saudamos a juventude chilena por sua combatividade e nos somamos às vozes que exigem a libertação de João e de todos os presos políticos mantidos pela atual gerência FMI/Piñera.
João (J.B.C.C) é um preso político do velho Estado burguês-latifundiário. Aos seus 14 anos de idade este jovem secundarista se define como revolucionário e mapuche e assinala que: “com as manifestações pacíficas não nos escutam”. Isto nos revela seu claro sentimento e consciência política sobre o estado atual da luta de classes no Chile.

Porém justamente por esta razão é que hoje em dia João está preso, seqüestrado pelo Estado burguês-latifundiário. No dia 8 de agosto deste ano foi detido por policiais e levado aos tribunais de justiça acusado de participar na queima de um ônibus da Transantiago nesse mesmo dia, durante uma nova jornada de manifestação estudantil.

Por sua parte, a direção oportunista da Confech (Confederação dos Estudantes do Chile, tradicional entidade estudantil do Chile hoje degenerada e aparelhada pelo oportunismo, à semelhança da UNE no Brasil –nota do MEPR), encabeçada por Gabriel Boric, sustentou que todo tipo de violência deve ser rechaçada, e a respeito da queima dos ônibus da Transantiago disse que: “Nos parece um ato irracional, de todo reprovável”. E agregou: “Sr. Chadwick (Ministro do Interior e Segurança Pública do Chile –nota do MEPR): Não propugnamos a violência como forma de pressão. Não só o temos dito, temos também arriscado nossa integridade física para impedi-la” (declaração de 9 de agosto), assumindo publicamente seu trabalho de manter a governabilidade, prestando contas ao porta-voz do governo.

Também, Noam Titelman, atual presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, e Giorgio Jackson, seu antecessor, rechaçaram o uso da violência por parte dos estudantes imediatamente após ocorrida a queima dos ônibus.
 
Não obstante, suas declarações não se ajustam à realidade de hoje. Cada vez a juventude popular está mais disposta a combater na rua, a erguer a barricada, a manifestar-se e lutar por seus direitos exercendo a violência revolucionária, conhecendo os custos de sua atuação: repressão policial, espancamentos, expulsões, repetência, abusos sexuais, etc.

A juventude popular tem maior disposição para a luta, porque a miserável educação que recebe não vale nada, porque se seus pais adoecem preferem não ir ao consultório pela má atenção ou pela longa espera ou porque terá que pagar e não tem, porque vê que o trabalho de seus pais é mal pago, porque não tem maior perspectiva ao sair do colégio. Por isso, a melhor perspectiva hoje em dia é seguir o caminho histórico do povo, somando-se à luta, organizando-se com seus pares, que é o único caminho que tem permitido alcançar e conquistar direitos para o povo.

São milhares os jovens que rompem a legalidade nas mobilizações estudantis. De fato, a cada vez são mais. Entre eles agarraram João, porém poderia ter sido qualquer outro. Não obstante, este velho Estado burguês-latifundiário busca apontar sua arma contra os mais pobres, porque assim opera a justiça burguesa, por isso elegeram esse jovem, não porque tivessem contundentes provas, pois as que aparecem são uns vídeos onde enquadram em um círculo uma pessoa que “devemos” supor que é João. Porém a falta de provas contra ele não foi obstáculo para que a Corte de Apelações de Santiago estabelecesse que devia ficar preso em um centro do SENAME (Serviço Nacional de Menores). Para ele não existe a presunção de inocência, ao contrário do torcedor da “U” (equipe do Universidade do Chile) que após confessar haver matado um torcedor do Colo Colo foi posto em liberdade.

Quando os líderes dos barras bravas (gangues de torcidas organizadas), que cumprem a função de comando de propaganda eleitoral, trocam tiros entre si ou quando os bandos de traficantes se escondem nas favelas, a polícia não os detém sabendo onde vivem e onde vendem. Nestes casos, como há massas contra massas brigando entre si, o Estado burguês-latifundiário não intervém, porém quando a violência das massas se exerce contra seus opressores, aí então sobre esse problema o velho Estado atua. Quanta impunidade temos visto em casos onde tem ficado estabelecida claramente a responsabilidade deste velho Estado por meio de seus executores da polícia. Todos os pacos (termo pejorativo adotado pelos manifestantes para se referir aos policiais –N. do MEPR) assassinos de jovens mapuche estão livres. Millacura, o paco que matou o estudante Manuel Gutierrez em 25 de agosto do ano passado, também está livre. Essa é a justiça burguesa, dela o povo pobre nada pode esperar.

Hoje em dia João leva já mais de 2 meses como prisioneiro político deste velho Estado. Como jornal El Pueblo nos somamos à Campanha em Defesa da Liberdade de João, por ser um jovem popular, por pertencer aos melhores filhos do povo, porque é um dos milhares de jovens com ânsia de lutar, porque é parte das massas mobilizadas e porque é necessário que como povo a cada dia compreendamos melhor que sem a violência revolucionária nenhuma de nossas reivindicações poderá ser arrebatada a este velho Estado nem tampouco defendida.

Acreditamos que a solidariedade de classe se expressa com fatos concretos, não só com palavras. Fazemos um chamado a todos aqueles que queiram se solidarizar com João, a que nos enviem suas cartas de apoio, que informem a seus companheiros do caso e que convoquem e participem em protestos ou atos políticos culturais pela liberdade de João.

No hay comentarios:

Publicar un comentario