domingo, 26 de agosto de 2012

MEPR.- Greve na UERJ

Ocorreu ontem, na sexta-feira 24/08, um dos mais combativos atos dos últimos anos na UERJ, e também da rodada de manifestações que se sucedem no País desde maio. Cerca de 300 manifestantes, sobretudo estudantes, saíram da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em direção à Radial Oeste –uma das principais avenidas da cidade –e, lá chegando, montaram barricada com pneus. Não se tratou de uma explosão espontânea, senão de uma decisão política consciente de que é o momento de radicalizar as ações da greve. Antes do protesto, os estudantes prepararam e distribuíram capuzes para preservar os manifestantes da ação repressiva.
Trata-se, na verdade, de uma importante vitória para a greve como um todo, prova incontestável de que o caminho da combatividade é não apenas legítimo –uma vez que tanto o governo fascista de Sérgio Cabral quanto o REItor Ricardo Vieiralves se negam a negociar as pautas da comunidade acadêmica –como o único capaz de conduzir o movimento à vitória. Por meses e meses tentou-se audiências, protocolar documentos, conversar com parlamentares, e o que esse rumo conquistou? Nada, efetivamente. Bastou entretanto que os estudantes, juntamente com os professores e técnicos mais combativos, se mobilizassem para uma ação de rua mais contundente para a greve conseguir furar o bloqueio dos monopólios de imprensa, e obriga-los hoje a estampa-la em todos os jornais.
 Após a saída da rua, os estudantes ingressaram na universidade, com objetivo de fazer uma assembléia no interior do antigo prédio dos alunos, e que foi arrendado pela REItoria da UERJ ao banco Bradesco. Pois é: a UERJ é uma das universidades onde a privatização do espaço público está indo mais longe, com o restaurante universitário sendo fruto de parceria com o Santander e até a quadra poliesportiva –pasmem –ter tido uma grande área cedida à empresa EBX de Eike Batista. Quando já se retiravam do prédio, a Tropa de Choque invadiu a universidade atirando bomba de efeito moral e gás de pimenta, ameaçando os estudantes com armas de choque. Os estudantes, longe do efeito esperado pela polícia, não se dispersaram, mantiveram a manifestação e disseram categoricamente que não sairiam enquanto a PM não se retirasse da universidade. Vendo a decisão dos jovens ali presentes, os policiais não tiveram outra alternativa que se retirar, e o fizeram sob vaias e gritos de “Ih, Fora!” dos estudantes.

Naturalmente, a realização do ato e seu caráter combativo não foi algo “tranqüilo”, ou “consensual”. Apesar da manifestação ter sido aprovada em assembléia estudantil e seu caráter ter sido debatido e aprovado no comando de greve estudantil, até o último momento setores do DCE-UERJ e alguns professores tentaram desconstruir a legítima e soberana decisão dos estudantes, visando melar a ação das barricadas através das já muito conhecidas “reuniões de cúpula”. Tudo isso em vão, como se viu. Após o ato, na assembléia de avaliação, ao invés de fazer uma autocrítica honesta, os mesmos que se opuseram abertamente à radicalização se precipitaram em “saudar” a combatividade e o caráter “vitorioso” da manifestação. De qualquer modo, temos mais um exemplo de que a via da ação independente e combativa é a única que pode conduzir nossa greve à vitória e que diante do fascismo e da arbitrariedade que imperam em nossa universidade e sociedade rebelar-se é cada vez mais justo!

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