jueves, 9 de agosto de 2012

MEPR.- Assassinatos e tortura dão o tom nas ações praticadas pelas polícias no brasil

Em um país como o Brasil, onde a dominação colonial persiste, apesar da assinatura de documentos fajutos que na prática não representaram nada, onde os resquícios do feudalismo ainda não foram eliminados por um capitalismo burocrático, implantado de fora pra dentro, sem nenhum caráter democrático ou autônomo, nessa realidade, que é nossa e também de nosso continente, o Estado possui duas funções básicas: a primeira é garantir o cumprimento e a realização dos interesses dos que se situam nas classes dominantes, da minoria que controla e define os rumos do país, ou seja, os latifundiários, a grande burguesia e as potências imperialistas. A segunda é reprimir toda e qualquer manifestação popular que exija direitos, mudanças e transformações democráticas; que vise garantir dignidade e qualidade de vida ao povo trabalhador, aos operários, camponeses, professores, funcionários públicos, estudantes e outros setores da sociedade, sempre explorados e massacrados em nome dos privilégios dos mais ricos.

Para cumprir bem essas duas funções, o Estado treina suas forças policiais não para garantir a segurança ou trabalhar a favor do povo, mas sim para reprimir e sustentar a estabilidade e os lucros do latifúndio, dos grandes industriais e banqueiros e, principalmente, a espoliação praticada pelo imperialismo, primordialmente o estadunidense. Ensinam técnicas fascistas, montam pelotões e grupos de elite, usam os impostos pagos pelos trabalhadores com tanto suor para construir máquinas assassinas que se voltam contra o próprio povo.
 Os recentes acontecimentos noticiados até mesmo pelos monopólios dos meios de comunicação, lacaios do Estado e dos interesses dominantes, mas que vez ou outra deixam escapar alguma atenção a esses casos, apesar de distorcer e mentir sobre eles, revelam as práticas diárias das forças de repressão, o fascismo que lhes é característico, além de desconstruir a falácia que insistem em repetir de que a violência, a tortura, os assassinatos e demais violações são sempre “casos isolados” ou falta de “treinamento”.

Na cidade de São Paulo, duas horas depois da polícia ter matado um publicitário, com 25 tiros em seu carro, matou mais um jovem em Santos e feriu mais duas pessoas, em uma “perseguição”. No dia 1º de julho a PM paulista matou mais dois jovens. Uma testemunha disse que, em seguida, os policiais começaram a dar tiros para o alto na tentativa de simular um tiroteio e justificar o crime como “legítima defesa”. E essa é a regra na corporação: a mudança de cena do crime, a falácia de alegar “confusão” de celulares, furadeiras, etc., das vítimas com armas de fogo para também justificar as atrocidades.

Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e Ouvidoria da Polícia mostram que a PM de SP mata mais que a polícia dos Estados Unidos, uma das polícias mais escoladas em fascismo no mundo. Esse aumento exorbitante dos assassinatos praticados pela Polícia Militar de São Paulo fez com que o Ministério Público do Estado convocasse, recentemente, uma audiência pública para tratar do caso. Nessa audiência o procurador da República Matheus Baraldi Magnani constatou aquilo que o povo já sabe e sente na pele, que a polícia do estado ensina a usar a violência e que os policiais a usam “por prazer”. A defensora pública Daniela Skromov de Albuquerque destacou que os assassinatos praticados pela PM são colocados na conta da “resistência seguida de morte”, maquiagem burocrática para a eliminação sumária. Mais absurda do que essa realidade, é a justificativa apresentada por um representante da PM, que afirmou que o problema da violência está no povo: “O grande problema está no povo brasileiro”, disse. O povo, vítima do fascismo, segundo a polícia, é a causa dele.

Em Brasília, seis policiais federais, entre eles um delegado, respondem por sequestro e tortura. Os policiais sequestraram e torturaram dois rapazes, Marcelo Lamartine e Clésio Divino, por supostamente terem cometido um furto na casa dos agentes. Também na capital federal, policiais divulgaram na internet um vídeo incentivando o uso da violência e ameaçando a população. O vídeo continha imagens das Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam), grupo de elite da PM do Distrito Federal, reprimindo manifestações estudantis e em operações assassinando o povo. No Rio de Janeiro, espaço de atuação das terríveis Unidades de Polícia Pacificadora (UPP`s), instrumentos para a repressão e criminalização da pobreza nas comunidades e favelas do estado, outra vítima foi feita pela Polícia. Mais uma criança, Bruna da Silva Ribeiro , estudante de 10 anos morta em operação do Bope.

Esses são exemplos da conduta do Estado para com os mais pobres e contra os que se mobilizam para exigir transformações. Não são casos isolados nem extraordinários, trata-se do dia-a-dia, do que é ensinado e aplicado pelas polícias de todo o Brasil. Não há outro nome para qualificar essas atrocidades a não ser fascismo. Essa é a realidade vivenciada por milhões de brasileiros, subjugados e submetidos a humilhações e violência.

Tendo em vista tal realidade, um Estado que só existe para reprimir e negar ao povo seus direitos, todos os que se guiam pela democracia, justiça e que anseiam por mudanças precisam se unir para organizar a resistência e a luta contra as classes dominantes e seu Estado. Só através da luta combativa e organizada, sem nos fiar nas mentiras e enganações do Estado burguês-latifundiário, dominado pelo imperialismo, sem nos iludirmos com seus processos eleitorais fraudulentos e sem efetividade, conseguiremos destruir as bases de um sistema que oprime e explora a imensa maioria em nome dos privilégios da minoria; eliminar o capitalismo, o latifúndio, a grande burguesia, expulsar os ladrões imperialistas, permitir que o povo alcance as condições para definir seu próprio destino, são condições essenciais para a implantação da justiça, da igualdade e de uma nova democracia, através do socialismo até o comunismo.

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