Retirado de: http://www.ligaoperaria.org.br
A Liga Operária e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Belo Horizonte – MARRETA externam a sua comoção e revolta com a morte de cinco operários e ferimentos em outros cinco nas obras da ponte do novo anel viário de Piracicaba. É revoltante saber que os corpos de três desses companheiros sequer foram retirados das águas do Rio Piracicaba. Eles estão submersos e presos a estruturas de ferro e concreto que pesam 80 toneladas e outros dois operários ainda estão desaparecidos no rio. Essas lamentáveis mortes e ferimentos de nossos companheiros operários somam-se à verdadeira carnificina que ocorre cotidianamente nos canteiros de obras espalhados por todo o país.
A precarização das condições de trabalho é absoluta; mortes e mutilações de trabalhadores ocorrem com frequência devido a imposição pela gananciosa classe patronal de péssimas condições de trabalho, a falta de medidas coletivas e individuais de proteção, jornadas de trabalho prolongadas e exaustivas e até mesmo falhas estruturais das obras; com os trabalhadores sendo tangidos igual escravos e obrigados a executar todos tipos de serviços.
O governo federal e outras instâncias do Estado são coniventes com essa situação, não fiscalizam de forma adequada as condições de trabalho, a terceirização impera e obras só são embargadas depois da ocorrência de tragédias como essa que poderiam ser evitadas. São tragédias anunciadas e nessa mesma obra da ponte do anel viário ocorreu outro gravíssimo acidente há um mês e pouco, quando após o rompimento de um cabo de sustentação, dois operários ficaram feridos e pendurados a 15 metros do chão; mas a obra continuou sendo tocada à toda pressa e só agora foi embargada.
Mais de R$ 79 milhões é a previsão do fabuloso custo dessa obra do anel viário de Piracicaba, mas não se aplica nenhum centavo para resguardar as preciosas vidas dos operários. Para as empreiteiras sanguessugas e exploradoras e seus cúmplices nos gerenciamentos municipais, estadual e federal e outros órgãos do Estado, os operários podem ser sugados até a morte e depois substituídos pelo grande contingente de trabalhadores aliciados nos rincões do país e submetidos até a trabalho escravo.
As obras gerenciadas diretamente pelo governo, como as obras do PAC, estádios, programa “Minha Casa, Minha Dívida”, são campeãs de irregularidades e abusos contra os operários; como nos canteiros de obras das usinas hidrelétricas de Jirau e Belo Monte, ocupados pela Força Nacional e contingentes especiais de repressão da PM, onde se trabalha sob a mira de fuzis.
A presidente Dilma Rousseff, governadores e prefeitos, que tem suas campanhas eleitorais financiadas pelas grandes empreiteiras, são totalmente servis aos interesses das empreiteiras e desmontaram completamente os serviços de fiscalização das condições de trabalho. O governo também é cumplice dos crimes cometidos pelas inescrupulosas e gananciosas empresas que assassinam impunemente operários nos locais de trabalho pois estimula o cumprimento de cronogramas apertados de execução dos serviços, são omissos na fiscalização das irregularidades e não existe um só empresário culpado por esses mortes que esteja na cadeia.
Exigimos um basta ao massacre de operários nos canteiros de obras!
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