jueves, 23 de mayo de 2013

Encontro Regional impulsiona a reorganização do Movimento Estudantil de Ciências Sociais na Região Centro-Oeste ... MEPR

.Ocorreu entre os dias 27 de abril e 1 de maio de 2013, na Universidade de Brasília, o I Encontro Regional dos Estudantes de Ciências Sociais da região Centro-Oeste – ERECS/CO. A atividade contou com a participação de estudantes da Universidade Federal de Goiás (campus Goiânia e Catalão), Universidade Federal do Mato Grosso, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e Universidade de Brasília.

Resultado do esforço conjunto dos estudantes, o encontro representou um primeiro e decisivo passo para a reconstrução e reorganização das instâncias regionais do Movimento Estudantil de Ciências Sociais no Centro-Oeste. Dispostos a discutir a temática dos “Conflitos Urbanos e Rurais”, os estudantes da região romperam um quadro de apatia, desânimo e falta de organização que perdurava desde 2005, ano do último encontro regional ainda realizado em parceria com as universidades da região Sudeste (daí o porque da condição pioneira do mais recente encontro realizado, que reuniu exclusivamente os estudantes da região Centro-Oeste).

As discussões nas mesas abordaram os temas da “Questão Agrária”, “Reforma Educacional” e “Opressões de Classe, Gênero e Raça”, além da apresentação de trabalhos. Uma atividade de campo também foi realizada junto aos camponeses em luta pela terra, organizados pelo MST em um acampamento urbano e nacional; ali, os participantes puderam conhecer com mais detalhes a dinâmica, disciplina, determinação e consciência dos camponeses mobilizados e organizados na luta contra o latifúndio. A intervenção e participação dos estudantes proporcionou debates sobre os problemas mais específicos do curso, como a discussão sobre a aplicação do ensino da Sociologia no ensino médio, assim como as dificuldades enfrentadas nos departamentos que valorizam o bacharelado em detrimento da licenciatura ou o contrário, passando pelas reflexões e constatação da insuficiência da estrutura física e pedagógica das universidades brasileiras e a falta de democracia que as caracteriza. Buscou-se , como prerrogativa fundamental, estabelecer a necessária relação entre os problemas da academia e os que afligem o povo em geral. O encontro cumpriu o objetivo de acumular debates importantes entre os estudantes de Ciências Sociais da região, criando perspectivas de luta e definindo metas a serem alcançadas em âmbito regional e nacional.

A plenária final sistematizou e aprovou o conjunto de propostas que surgiram durante as atividades, definindo bandeiras e campanhas, criando Grupos de Trabalho responsáveis por estudar mais a fundo determinado tema, como por exemplo a questão agrária e as opressões, também garantiu que fosse estabelecido um plano de execução das iniciativas propostas, dividindo responsabilidades e definindo prazos e datas para materialização dos motes de luta. Os estudantes debateram e aprovaram a criação da Coordenação Regional dos Estudantes de Ciências Sociais – CRECS, instância regional de organização com um representante de cada universidade eleito pela base dos cursos. A carta de princípios da Coordenação assumiu a combatividade como método principal para a luta dos estudantes e deixou bem claro que os estudantes de Ciências Sociais da região Centro-Oeste não reconhecem nem legitimam nenhuma das organizações pretensamente nacionais que atuam hoje no Movimento Estudantil: União Nacional dos Estudantes (UNE) e Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL). A autonomia, independência e capacidade para organizar com consequência a luta no interior do Movimento Estudantil de Ciências Sociais foi, assim, preservada! Independentes da UNE governista, entidade visceralmente comprometida com as políticas de privatização e precarização implementadas pela gerência do PT nas universidades e da ANEL, alternativa falida que reproduz as mesmas práticas burocráticas e antidemocráticas da primeira entidade e que, vinculada a um partido notadamente oportunista, o PSTU, também nega, na prática, a combatividade em nome dos interesses eleitoreiros, os estudantes de Ciências Sociais tem o caminho livre para construírem um Movimento de curso forte e vitorioso.

O último ato do encontro foi a aprovação de duas moções e uma carta. Aprovou-se uma moção de apoio às greves na Universidade Estadual de Goiás (UEG) e na Universidade Estadual Paulista (UNESP), uma carta saudando dia o 28 de março, Dia Nacional de Luta dos Estudantes, que marca o assassinato, pelas hordas fascistas da ditadura militar, do estudante secundarista Edson Luís em 1968 e, por último, uma Moção de Repúdio ao covarde assassinato, cometido pelas forças da repressão a soldo do latifúndio em Rondônia, da liderança camponesa Renato Nathan Gonçalves Pereira.

Importante demonstração de força e disposição dos estudantes de Ciências Sociais, o I Encontro Regional do Centro-Oeste tem todas as condições para abrir o caminho para um Movimento Estudantil verdadeiramente democrático, revolucionário e combativo! A coragem dos estudantes e o histórico de lutas nas Ciências Sociais só podem nos levar a essa conclusão.

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