Embora esse não seja um ritmo genuinamente brasileiro, muitas músicas da “cena” hip hop tem “despertado” jovens em diversas regiões, conscientizando - os do papel que as drogas, a criminalidade, o Estado exerce na sociedade, muitas vezes defendendo e conclamando a juventude a se rebelar diante das injustiças e da falta de perspectivas. As composições do Face da Morte, por exemplo, são repletas de críticas sociais e crônicas que retratam o sofrimento do povo no seu cotidiano.
Queremos destacar aqui o álbum Manifesto Popular Brasileiro lançado em 2001. É um trabalho muito politizado, que além de expressar rebeldia e contestação relata em suas canções as grandes lutas populares que o povo brasileiro protagonizou ao longo de sua formação enquanto nação como, por exemplo, as revoltas contra a escravidão, as lutas camponesas, a formação do Partido Comunista do Brasil, a luta contra ditadura e a gloriosa Guerrilha do Araguaia dentre muitos outros fatos que compõe o nosso passado e presente de luta.
A música de “abertura”, “Fazendo Escola”, já revela parte do conteúdo do disco:
“A chama da liberdade se renova;
Face da Morte, MPB um som á toda prova;
Traz passo a passo, data à data a necessidade;
De se conhecer e amar o Brasil de verdade;
Crimes contra a humanidade, crimes de guerra;
Cabeças expostas nas praças, o povo acoitado nas janelas;
Choques, saques torturas;
Levando ao caixão lacrado ou à loucura;
Muitos morreram enxergando o futuro;
Mesmo trancafiados em solitárias cercados pelos mais altos muros;
É a chama da liberdade que está acesa, não no pavio;
E sim no coração de cada camarada revolucionário do Brasil;
Não só em Lampião, Mariguela, Leomar, Oswaldão, Antonio Conselheiro;
Inspirações de GOG, sim rapper guerrilheiro;
A chama da liberdade está acesa em você moleque;
É você, que aí de esquina carrega a PT (arma);
Está na hora de ir ao banheiro;
E dar descarga nos maus pensamentos parceiro;
O barraco é a trincheira, a inveja é a besteira;
Olhe ao seu lado, a senhora chega ensangüentada;
O médico diz não tem mais jeito, não tem mais leito;
Olhar a criança catando lixo;
Olha o abismo que separa o pobre e o rico;
A liberdade não pode ser algemada;
Deve sempre sim, estar de mãos dadas com os homens de bem;
Veja as fotos da felicidade que está estampada na Passeata dos Cem Mil;
Sinta a força do rap nacional invadindo o Brasil;
GOG, Aliado G, Mano Ed, Viola;
Face da Morte, idéia forte, fazendo escola.”
“A chama da liberdade se renova;
Face da Morte, MPB um som á toda prova;
Traz passo a passo, data à data a necessidade;
De se conhecer e amar o Brasil de verdade;
Crimes contra a humanidade, crimes de guerra;
Cabeças expostas nas praças, o povo acoitado nas janelas;
Choques, saques torturas;
Levando ao caixão lacrado ou à loucura;
Muitos morreram enxergando o futuro;
Mesmo trancafiados em solitárias cercados pelos mais altos muros;
É a chama da liberdade que está acesa, não no pavio;
E sim no coração de cada camarada revolucionário do Brasil;
Não só em Lampião, Mariguela, Leomar, Oswaldão, Antonio Conselheiro;
Inspirações de GOG, sim rapper guerrilheiro;
A chama da liberdade está acesa em você moleque;
É você, que aí de esquina carrega a PT (arma);
Está na hora de ir ao banheiro;
E dar descarga nos maus pensamentos parceiro;
O barraco é a trincheira, a inveja é a besteira;
Olhe ao seu lado, a senhora chega ensangüentada;
O médico diz não tem mais jeito, não tem mais leito;
Olhar a criança catando lixo;
Olha o abismo que separa o pobre e o rico;
A liberdade não pode ser algemada;
Deve sempre sim, estar de mãos dadas com os homens de bem;
Veja as fotos da felicidade que está estampada na Passeata dos Cem Mil;
Sinta a força do rap nacional invadindo o Brasil;
GOG, Aliado G, Mano Ed, Viola;
Face da Morte, idéia forte, fazendo escola.”
Em “Janeiro, Fevereiro, Março” relatam as lutas que ocorreram em cada um desses meses, citando, por exemplo, a Confederação dos Tamoios, a formação do movimento feminino pela anistia, as greves do ABC paulista no final dos anos 70, a luta camponesa m Porecatu (norte do Paraná) no inicio dos anos 50. E assim seguem “contando a história” de nossas lutas nas faixas seguintes: “Abril, Maio, Junho”, “Julho, Agosto, Setembro”, “ Outubro, Novembro, Dezembro”. Há ainda outras canções como “Anos de Chumbo” que denuncia os crimes da ditadura militar fascista, ressaltando a resistência do povo e ações de combate de algumas organizações como MR8, ALN:
“...Anos sessenta no Brasil e mais de quinhentos mil;
Procurados, torturados, cassados e massacrados;
Por motivos políticos, não é conto de fada;
História pra criança, é o demônio de farda;
Promovendo a matança;
Aqui é Face da Morte resgatando as lembranças;
Desse passado sujo;
Escrito com sangue durante os anos de chumbo;
Os movimentos sociais, culturais;
Trabalhadores, estudantes e mais, artistas intelectuais;
Todos correndo atrás da democratização;
Da cultura e educação pensando no futuro;
Foi implantada a lei de remessa de lucro;
Durante a gestão do presidente João Goular;
Discutiu-se amplamente a reforma agrária;
Tendo como referência as ligas camponesas;
Então organizadas por Francisco Julião;
Isso causou o desespero da elite brasileira;
E o capital estrangeiro se sentindo ameaçado;
Resolveram revidar;
Implantando o terror da ditadura militar;
Que de cara permitiu dez mil funcionários públicos;
Prendeu quarenta mil, destruiu vinte e cinco mil livros;
Cassou os direitos políticos de dois mil e setecentos;
Malditos, nojentos, sem respeitar as condições humanas mano;
Bombas de gás, muitas armas, cavalos, espadas;
Dessa forma começava a ditadura da farda...”
Procurados, torturados, cassados e massacrados;
Por motivos políticos, não é conto de fada;
História pra criança, é o demônio de farda;
Promovendo a matança;
Aqui é Face da Morte resgatando as lembranças;
Desse passado sujo;
Escrito com sangue durante os anos de chumbo;
Os movimentos sociais, culturais;
Trabalhadores, estudantes e mais, artistas intelectuais;
Todos correndo atrás da democratização;
Da cultura e educação pensando no futuro;
Foi implantada a lei de remessa de lucro;
Durante a gestão do presidente João Goular;
Discutiu-se amplamente a reforma agrária;
Tendo como referência as ligas camponesas;
Então organizadas por Francisco Julião;
Isso causou o desespero da elite brasileira;
E o capital estrangeiro se sentindo ameaçado;
Resolveram revidar;
Implantando o terror da ditadura militar;
Que de cara permitiu dez mil funcionários públicos;
Prendeu quarenta mil, destruiu vinte e cinco mil livros;
Cassou os direitos políticos de dois mil e setecentos;
Malditos, nojentos, sem respeitar as condições humanas mano;
Bombas de gás, muitas armas, cavalos, espadas;
Dessa forma começava a ditadura da farda...”
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