lunes, 18 de marzo de 2013

LCP.- Acampamento Zé Porfírio: despejo e ameaças de morte - vídeo

Camponeses tomaram uma pequena fazenda, vizinha do Canaã, no município de Ariquemes. Aos poucos foram chegando mais pessoas, num total de 60, lutando por um pedaço de terra para trabalhar. O acampamento recebeu o nome de "Zé Porfírio".

No dia 27 de fevereiro de 2013, 2 viaturas da PM, 1 da Polícia Civil e outra do GOE, 1 caminhão baú e 1 ônibus chegaram de manhã ao acampamento e despejou os camponeses. Todos foram levados para a delegacia de Jaru, onde foram tratados como bandidos e coagidos durante os depoimentos.

Segundo os camponeses, o delegado de Jaru ameaçou de morte um dos líderes do acampamento (veja o depoimento dos camponeses em: http://www.youtube.com/watch?v=PDhWXAF7vhw
 Um grupo de acampados se escondeu num curral próximo e viu quando 5 policiais do GOE retornaram ao acampamento às 15 horas. Eles ficaram esperando e os camponeses ouviram quando um policial disse: "Bem que podia aparecer uns 3 sem terra para a gente cortar na bala." Às 17 horas os policiais já iam embora quando chegou o latifundiário Oswaldo Nicoletti, seu gerente e 2 peões, provavelmente pistoleiros. Só então os camponeses entenderam o que os policiais do GOE estavam esperando: com a ajuda pessoal do Sr. Oswaldo Nicoletti, derrubaram de motor os barracos dos camponeses e botaram fogo. Depois foram embora.

Na mesma noite, este grupo de camponeses retomou acampamento. Nos dias seguintes, todos os demais acampados retornaram. Só um desistiu.

No último ano, surgiram 5 acampamentos na região de Theobroma, próximo da área Canaã. Totalizando centenas de homens e mulheres lutando pelo sagrado direito à terra para trabalhar. Hoje, mais pessoas nos procuram para acampar, a maioria é de desempregados, que passam necessidade nas periferias das cidades. Isso joga por terra a propaganda mentirosa do governo federal de que a luta pela terra hoje não é mais necessária, que quem quiser terra agora pode comprar "em suaves prestações" pelo banco da terra.

Só a Revolução Agrária trará a verdadeira democracia aos campos do Brasil.

Os latifundiários estão preocupados e têm se organizado mais. Um funcionário do Incra nos informou de uma reunião realizada entre o Sr. Oswaldo Nicoletti (proprietário de um latifúndio vizinho da área Canaã) e Lindolfo Cardoso (filho da Ângela Semeghini, que se diz uma das proprietárias das terras do Canaã e é a cabeça da repressão contra os camponeses) com o fazendeiro Zé Pedro, dono das terras da área Renato Nathan. Esta área faz parte do Canaã, que está em processo de compra pelo Incra. Zé Pedro nunca ameaçou nem entrou na justiça contra os camponeses e tem interesse em negociar a terra com o Incra. Oswaldo Nicoletti e Lindolfo Cardoso pressionaram Zé Pedro a mudar sua conduta e passar a reprimir os camponeses.

Oswaldo Nicoletti é proprietário de serraria, laminadora, cerâmica e latifúndios em Jaru. É uma das pessoas mais ricas da cidade, às custas de não pagar salários e direitos trabalhistas aos trabalhadores e dos planos de manejo falsos, como o que tem nas terras do acampamento Zé Porfírio, usados para "esquentar" madeira extraída de outros locais. Este esquema de roubo de madeira é tão comum entre grandes madeireiras de Rondônia que até as crianças sabem. Só o Ibama, Sedam, "justiça" e polícias fingem que não conhecem. Enquanto isso, os camponeses é que são tratados como bandidos, são despejados, presos, perseguidos e assassinados.

Conclamamos todos os camponeses, estudantes, comerciantes e demais trabalhadores da cidade e do campo a defender o direito à terra dos camponeses pobres da área Zé Porfírio e denunciar as ameaças da polícia.

O povo quer terra, não repressão!
Tomar todas as terras do latifúndio! Viva a Revolução Agrária!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

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