Fascismo avança na Universidade de Brasília
No último dia 18, por volta das 17h, no estacionamento do Instituto Central de Ciências (ICC), no campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília, uma estudante de agronomia foi agredida. Ela estava indo para o seu carro, quando o agressor gritou: “Lésbica nojenta!”. Ela foi empurrada e golpeada com vários chutes no corpo, e ao tentar reagir, levou um soco no rosto, momento em que o agressor fugiu. A estudante está com o pé esquerdo engessado, braço direito enfaixado e com hematomas no rosto.
Esse episódio odioso se soma a uma série de outros episódios que representam uma escalada fascista na UnB.
No final de 2011, um site denominado: “Silvio Koerich” trazia inúmeras páginas com conteúdo criminoso de incitação ao ódio e à violência contra, sobretudo, mulheres, negros, homossexuais, nordestinos, judeus, além de incentivar o abuso sexual contra mulheres e menores. À época, foi montada uma operação da Polícia Federal (Intolerância) que prendeu dois dos idealizadores da página. Um dos presos era um ex-aluno de letras da UnB, Marcelo Valle. No entanto, as ameaças continuaram. Em janeiro de 2012 o endereço virtual desses fascistas continha críticas a professores e estudantes de cursos das ciências humanas, chamando-os de “câncer” e “parasitas”. E ainda foto de duas submetralhadoras e acima a frase: “Departamento de Ciências Sociais da UnB, nos aguardem, Wellignton agora irá para a universidade”. (Em alusão ao Welington do Massacre de Realengo em 2011).
Em janeiro desse ano, o Centro Acadêmico de Direito foi encontrado com pichações homofóbicas que diziam: “Quem gosta de dar, gosta de apanhar.” e “Não aos gays.” Também em janeiro, um estudante negro e militante do movimento estudantil foi agredido com uma pedrada por um estudante que se reivindica integralista.
Todos esses fatos relatados, não são casos isolados e não se tratam de agressões pessoais, são sim agressões fascistas de pessoas e grupos que têm encontrado um terreno conivente na Universidade para assumirem tais atitudes. A reitoria empossada em novembro de 2012, que tem um projeto conservador e privatista para a universidade, vem se calando diante dos fatos. Ademais, o Diretório Central dos Estudantes, no segundo ano de uma gestão com projeto igualmente conservador, se limita a dar declarações dizendo que estão “acompanhado” esses fatos e produzindo “cartilhas”.
A verdade é que a situação em que se encontra a UnB tem de ser mudada! Não podemos aceitar que uma universidade que tem tamanha tradição de luta, iniciada nas temperosas jornadas de lutas contra o regime militar, caia num profundo abismo de intolerância e falta de democracia.
Cabe aos estudantes mobilizados darem resposta a todas essas agressões. Há que ser cobrado postura contundente da reitoria, que possa punir esses agressores! É importante dizer ainda que a militarização dos Campis não é a resposta para esse problema. Afinal quantos negros, lutadores, gays e lesbicas não são perseguidos e assassinados sistematicamente por policiais? Repressão não é a solução!
Será a nossa força a única capaz de conter todos esses atos odiosos. Extirpar todo os casos de homofobia, racismo, machismo, violência e intolerância é tarefa urgente e que precisa ser executada por todos os estudantes, servidores, professores e organizações democráticas que atuam na universidade. O movimento estudantil deve repudiar o fascismo e se mobilizar para manifestações e atos combativos que exijam a punição imediata e exemplar desses criminosos, além de demonstrar sua repulsa a esses indivíduos e seus coletivos.
Não iremos tolerar mais essas manifestações reacionárias, não iremos nos calar diante das ações desses fascistas! Seguir com a luta combativa, implacável, sem arredar pé enquanto não eliminarmos da universidade toda a selvageria inadmissível que nela tem sido perpetrada! Faremos com que eles passem a nos temer! Que trema o lado direito da rua na Universidade de Brasília!
FASCISTAS, NÃO PASSARÃO!
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