Estudantes, apoiado por professores, realizaram durante a manhã do último dia 15 de fevereiro um protesto em frente ao campus principal da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA), em Sobral (CE), reivindicando a democratização na escolha para reitor da instituição. Desde 1993, quando foi transformada em autarquia de direito privado, as eleições para a reitoria se dão através de votação no Colégio Eleitoral.
A UVA está fechada por decisão do reitor, que suspendeu as atividades acadêmicas nesta quinta (14) e sexta (15), apesar do ano letivo ter iniciado no último dia 28 e o calendário acadêmico prever o fim do recesso de carnaval na quarta (13). No entanto, a reunião do Colégio para escolha do reitor está sendo realizada a "portas fechadas" para impedir a participação da comunidade acadêmica.
“Semana passada, fizemos uma série de manifestações, com cerca de 400 pessoas, e realizamos uma assembléia docente com grande representatividade, o que levou à esta atitude autoritária por parte da reitoria de suspender as atividades acadêmicas e fechar o campus”, conta Ferreira.
De acordo com o docente, com isso vários representantes do movimento estudantil, que compõe o Colégio e residem fora de Sobral, foram impedidos de participar do processo, pois dependem do transporte oferecido pela universidade, o qual não acontece em dias que não há aulas.
“Os alunos mais pobres, que moram na região, não têm meios próprios para vir para a UVA. Com isso, além de esvaziar a manifestação, a reitoria impediu a participação deles no processo eleitoral”, explica.
Ferreira conta ainda que a reitoria entrou com uma medida cautelar contra o sindicato docente, numa clara tentativa de intimidação ao movimento, que prevê multa de R$ 100 mil caso os conselheiros tenham o acesso ao campus impedido por ação do Sindiuva. A reitoria divulgou uma nota esclarecendo que "a Universidade foi obrigada a socorrer-se do judiciário".
“Realizamos uma assembléia na qual foi proposta e aprovada uma manifestação em frente ao campus no dia da eleição. Disso, eles deduziram que iríamos tentar obstruir a entrada dos conselheiros e entraram com uma medida cautelar para criminalizar o movimento”, relata o diretor da Seção Sindical. Segundo Ferreira, a luta por uma estatuinte e pela democratização das relações na UVA é uma bandeira antiga do movimento, mas não há abertura de diálogo por parte da reitoria para tal discussão.
Fonte: ANDES/SN
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