Mais de um mês de Greve dos professores da Rede Estadual de ensino deram provas de disposição à luta como há muito tempo não se via. A formação do grupo Mobilização dos Professores de Goiás foi imprescindível para os êxitos da categoria diante repressão do governo. O Mobilização dos Professores de Goiás surge a partir da necessidade de contrapor o oportunismo histórico do sindicato – SINTEGO controlado a mãos de ferro pelo PT.
Durante o período de Greve os
professores têm sofrido repressão de todas s formas, com corte ponto,
truculência policial, ataques difamatórios na imprensa, aos quais têm
respondido com muita firmeza na luta.
Muitas manifestações: passeatas pararam
as principais vias da cidade; carreatas; colégios paralisados; os
estudantes de várias escolas chamaram os professores à greve;
perseguição da agenda do governador e do secretário de educação.
Direito para quem?
A sociedade goiana a cada dia apóia mais
o movimento grevista e entende a necessidade de lutar por uma educação
de qualidade.
Diante desse apoio foi impossível ao
judiciário continuar arbitrando a greve como ilegal. Após decisão
liminar dando a greve como ilegal, foi reformada pelo TJ reconhecendo a
legalidade da greve, apesar do acórdão hora nenhuma escrever isto com
clareza.
Mesmo com a declaração do judiciário os
professores tiveram seu ponto cortado e estão sendo ameaçados de
exoneração. Tal situação só demonstra que o direito greve, conquistado
por nosso povo com muito suor e sangue em séculos de luta, não é
respeitado pelo Estado opressor.
Organização, propaganda e
combatividade.
Depois dessas semanas de luta os
professores foram entendendo que é preciso ir mais a fundo no seu
movimento, é preciso enfrentar mais, formar a consciência política da
base e, principalmente, ser mais radical, para efetivamente tencionar o
governo a voltar atrás nos seus intentos.
Por isso, o Mobilização dos Professores
de Goiás tem perseguido e denunciado o governador Marconi Perillo, o
secretário de educação Thiago Peixoto e todos os deputados que votaram a
favor do governo.
As últimas três sessões na Assembléia
Legislativa aconteceram sob gritos constantes dos professores que
deixaram os deputados encolerizados. Em vários eventos, as tais
“solenidades”, que os governantes e poderosos fazem para se
confraternizar foram marcadas pela presença de professores com faixas,
cartazes e palavras de ordem, ficando cara a cara com o governador
furioso, até mesmo na sua festa de aniversário.
O trabalho de conscientização da
sociedade também tem acontecido nos nichos eleitorais dos deputados, o
Mobilização dos Professores em Goiás organizou panfletagem na porta da
sede da igreja Luz para os Povos, cujo dirigente, Fábio Souza, é
deputado pelo PSDB. Os seguranças da igreja tentaram retirar os
professores com violência, mas os próprios fiéis da igreja impediram.
Outro caso é do deputado Francisco Júnior (PSD), líder da Renovação
Carismática Católica, vaiado durante uma missa em que atacava os
professores.
Também a mídia que tanto atacou os
companheiros sofreu um revés, durante as chamadas ao vivo das emissoras
os professores tem mostrado seus cartazes com palavras de ordem sobre a
greve.
Nas Universidades também tem se montado
debates sobre a Greve e a educação pública. Os cursos de licenciatura da
UFG e UEG fizeram monções de apoio à greve. Inclusive, amanhã antes do
show do Nasi (ex-Ira), no fechamento da Calourada da UFG, os professores
terão cinco minutos de fala.
Agora é tempo de não temer de ir pra
luta com todo vigor, vontade e determinação que os professores mostraram
que são capazes. Devemos buscar maneiras variadas e efetivas de
pressionar o governo. Ocupações, manifestações combativas esse deve ser o
pensamento de cada educador que queira derrubar a medidas autoritárias
de Marconi Perillo.
O SINTEGO trai novamente e a
categoria resiste.
Com tanta pressão e com medo do
movimento ir tomando atitudes cada vez mais combativas o governo foi
obrigado a chamar para negociar, em reunião que ocorreu no dia 05
(segunda-feira).
A reunião de negociação aconteceu às
portas fechadas com o SINTEGO, o governador, secretário de educação e
todos os deputados – chamados de última hora.
Um dia inteiro de reunião produziu um
pequeno documento com uma proposta vaga, frágil de que os professores
voltem às aulas para que daqui a 40 dias voltem as negociações. Sem
contar que não falava nada na melhoria da situação caótica das escolas.
Através do SINTEGO, o PT aprovou tal
proposta de desmobilizar a categoria por uma esmola, para, segundo eles,
daqui algum tempo se pensar em lutar novamente. Isto tem um nome e é
traição.
Quem defende essa proposta sabe muito
bem o quão seria difícil mobilizar novamente a categoria para
reivindicar seus direitos depois da Greve e, mais, o governo só chamou à
negociação por estar acuado; a greve conseguiu fustigar sua imagem
perante o povo, esse é o momento de pressionar mais!
Está claro que a reunião do dia 05 era
de como acabar com a greve e, além disso, decidir quanto cada grupo
partidário receberia para manter-se inerte.
Mas nem toda a estrutura e as manobras
mais descaradas do SINTEGO foram capazes de diminuir o sentimento de
revolta dos professores. Na Assembléia realizada ontem (08/03), pela
manhã, o SINTEGO tentou manobrar de todas as formas: impedindo
intervenções, atacando o grupo Mobilização com mentiras, usando o
discurso do governo de que “os estudantes querem aula e o bom professor
precisa voltar para o trabalho”, dentre outras atitudes grotescas.
Só que nada disso conseguiu superar a
organização dos professores. O Mobilização espalhou cartazes por toda a
Assembléia, com os dizeres “A greve continua!” e puxou a palavra de
ordem que dizia “SINTEGO traidor! SINTEGO traidor!”. Os gritos chegaram a
superar as caixas de som.
A votação foi quase unânime: A
GREVE CONTINUA POR TEMPO INDETERMINADO!
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