“Arte” para defender torturas e assassinatos
Como temos noticiado em nosso site há vários anos, os regimes militares que ocorreram no Brasil e em toda a América Latina, foram dos mais ferozes e sangrentos possíveis, com assassinatos, torturas científica contra militantes e apoiadores de uma sociedade mais justa pra população. Entre os artistas que eram aliados dos regimes militares, temos Wilson Simonal, Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo, Clara Nunes, Wanderley Cardoso e Rosemary, conforme documento emitido pelo Centro de Informações do Exército, onde são revelados alguns desses “colaboradores”1.
Cantores que em momentos de opressão e repressão ao povo, ficavam cantando sobre as belezas naturais e futebol do Brasil. Pegando exemplo do Wilson Simonal, na música “Aqui é o País do Futebol”:
“No fundo desse país/ ao longo das avenidas/ nos campos de terra e grama/ Brasil só é futebol/ nesses noventa minutos/ de emoção e alegria/ esqueço a casa e o trabalho/ a vida fica lá fora/ dinheiro fica lá fora/ a cama fica lá fora/ família fica lá fora/ a vida fica lá fora /e tudo fica lá fora.”
Destacando o Roberto Carlos, vimos que sua carreira durante o Regime Militar foi extremamente contra as ações que o povo faziam para dar fim ao genocídio institucionalizado. Enquanto Chico Buarque, Vandré e outros, (veremos a seguir) faziam músicas que contrapunham a ordem estabelecida, chamando o povo para mudar a situação, Roberto Carlos, foi amplamente propagandeado pela imprensa como Rei, por cantar musiquinhas que agradavam aos repressores e a burguesia reacionárias, músicas que por um lado representava a ausência de conteúdo político, como “O calhambeque”: ‘mandei meu cadillac pr'o mecânico outro dia/ pois há muito tempo um conserto ele pedia/ e como vou viver/ sem um carango prá correr/ meu cadillac, bi-bi/ quero consertar meu cadillac/ bi bidhu! bidhubidhu bidubi!... Já outras mostravam bem a quem servia sua “cultura”, tendo como exemplo a música “Verde e Amarela””, que mais parece uma marchinha militar, onde diz, sem receios : “Boto fé, não me iludo/ nessa estrada ponho o pé, vou com tudo/ terra firme, livre, tudo o que eu quis do meu país/ onde eu vou vejo a raça/ forte no sorriso da massa/ a força desse grito que diz: "é meu país"/ sou daqui, sei da garra/ de quem encara o peso da barra/ vestindo essa camisa feliz do meu país/ tudo bom, tudo belo/ tudo azul e branco, verde e amarelo/toda a natureza condiz com o meu país/ verde e amarelo/ só quem leva no peito esse amor, esse jeito/ sabe bem o que é ser brasileiro/sabe o que é.”
Roberto Carlos, como se não bastasse ser fiel defensor do gerenciamento militar no Brasil, ainda faz show no Chile, em plena ditadura Pinochet, e ainda o agradece o general. Deve ter agradecido pela repressão sofrida pelos latino-americanos, na operação Condor, ou talvez pela LOCE (Lei Orgânica Constitucional de Ensino) onde Pinochet legalizou o processo de sucateamento da educação pública chilena.
Veja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=SpdjnkyOjXI
O outro lado da história – A arte como resistência
Enquanto os militares detinham os principais meios de comunicação, as principais festas e shows para poderem usar da cultura como forma de manipulação das massas em defesa do gerenciamento dos militares, também houve um leque de artistas, estes sim, que dedicavam suas músicas, poesias e alguns até suas vidas, em defesa da justiça, da solidariedade e contra o aparato repressivo e ideológico estabelecido.
“No fundo desse país/ ao longo das avenidas/ nos campos de terra e grama/ Brasil só é futebol/ nesses noventa minutos/ de emoção e alegria/ esqueço a casa e o trabalho/ a vida fica lá fora/ dinheiro fica lá fora/ a cama fica lá fora/ família fica lá fora/ a vida fica lá fora /e tudo fica lá fora.”
Destacando o Roberto Carlos, vimos que sua carreira durante o Regime Militar foi extremamente contra as ações que o povo faziam para dar fim ao genocídio institucionalizado. Enquanto Chico Buarque, Vandré e outros, (veremos a seguir) faziam músicas que contrapunham a ordem estabelecida, chamando o povo para mudar a situação, Roberto Carlos, foi amplamente propagandeado pela imprensa como Rei, por cantar musiquinhas que agradavam aos repressores e a burguesia reacionárias, músicas que por um lado representava a ausência de conteúdo político, como “O calhambeque”: ‘mandei meu cadillac pr'o mecânico outro dia/ pois há muito tempo um conserto ele pedia/ e como vou viver/ sem um carango prá correr/ meu cadillac, bi-bi/ quero consertar meu cadillac/ bi bidhu! bidhubidhu bidubi!... Já outras mostravam bem a quem servia sua “cultura”, tendo como exemplo a música “Verde e Amarela””, que mais parece uma marchinha militar, onde diz, sem receios : “Boto fé, não me iludo/ nessa estrada ponho o pé, vou com tudo/ terra firme, livre, tudo o que eu quis do meu país/ onde eu vou vejo a raça/ forte no sorriso da massa/ a força desse grito que diz: "é meu país"/ sou daqui, sei da garra/ de quem encara o peso da barra/ vestindo essa camisa feliz do meu país/ tudo bom, tudo belo/ tudo azul e branco, verde e amarelo/toda a natureza condiz com o meu país/ verde e amarelo/ só quem leva no peito esse amor, esse jeito/ sabe bem o que é ser brasileiro/sabe o que é.”
Roberto Carlos, como se não bastasse ser fiel defensor do gerenciamento militar no Brasil, ainda faz show no Chile, em plena ditadura Pinochet, e ainda o agradece o general. Deve ter agradecido pela repressão sofrida pelos latino-americanos, na operação Condor, ou talvez pela LOCE (Lei Orgânica Constitucional de Ensino) onde Pinochet legalizou o processo de sucateamento da educação pública chilena.
Veja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=SpdjnkyOjXI
O outro lado da história – A arte como resistência
Enquanto os militares detinham os principais meios de comunicação, as principais festas e shows para poderem usar da cultura como forma de manipulação das massas em defesa do gerenciamento dos militares, também houve um leque de artistas, estes sim, que dedicavam suas músicas, poesias e alguns até suas vidas, em defesa da justiça, da solidariedade e contra o aparato repressivo e ideológico estabelecido.
Os Festivais da Música Popular Brasileira tiveram fundamental importância para divulgação destas músicas, como: Porta-Estandarte (Geraldo Vandré e Fernando Lona), A Banda (Chico Buarque), Disparada (Geraldo Vandré e Theo de Barros), Roda Viva (Chico Buarque), Alegria, Alegria (Caetano Veloso).
Havia cantores de diversas origens, alguns oscilando entre músicas que apenas iam contra o modelo vigente, enquanto outros avançavam, defendendo a justa rebelião das massas, a justeza de outro mundo sem opressão. E como todos sabem, o número de músicas e o conteúdo das letras poderiam ser muito mais claros e em maior número, se não fosse a enorme censura contra qualquer alternativa popular e/ou progressista. Exemplos como Geraldo Vandré, Chico Buarque, Nara Leão, Paulinho da Viola, Elis Regina, Raul Seixas, Caetano Veloso, Zé Ramalho, estão entre os mais famosos. Destacando Vandré, com duas músicas bem avançadas no que tange o clamor popular, a famosa “Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores”, onde apresenta o terror sofrido pelas massas. "Há soldados armados / Amados ou não / Quase todos perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam / Uma antiga lição: De morrer pela pátria / E viver sem razão” e ainda chama a população para ir à luta: “Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer”
Outra música de Geraldo Vandré é Aroeira, faz uma análise da situação atual e chamando para rebelar-se contra isso. “Noite e dia vêm de longe/ Branco e preto a trabalhar/ E o dono senhor de tudo/ Sentado, mandando dar/ E a gente fazendo conta
Pro dia que vai chegar / Marinheiro, marinheiro/ Quero ver você no mar/ Eu também sou marinheiro/ Eu também sei governar/ Madeira de dar em doido/ Vai descer até quebrar/ É a volta do cipó de aroeira/ No lombo de quem mandou dar.
Outro sucesso foi do Chico Buarque que, depois de Geraldo Vandré, Chico Buarque se tornou o artista mais odiado pelo governo militar, tendo dezenas de músicas censuradas. “Apesar de você” foi lançada em 1970, durante o governo do general Médici. A letra faz uma clara referência a este ditador. Para driblar a censura, ele afirmou que a música contava a história de uma briga de casal, cuja esposa era muito autoritária. A desculpa funcionou e o disco foi gravado, mas os oficiais do exército logo perceberam a real intenção e a canção foi proibida de tocar nas rádios. 2
Trecho: “Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento / Vou cobrar com juros. Juro! / Todo esse amor reprimido / Esse grito contido / Esse samba no escuro”
Por uma cultura que sirva ao povo
Hoje em dia, temos uma grande variedade de tipos musicais. As mais propagadas pela cultura de massas, insistem em fazer uma imensa vulgarização da mulher, ou ainda persistem em falar da banalização do amor, incentivando a juventude a viver na promiscuidade, ou na ingenuidade de um amor ilusório. Defender o tipo de música mais avançado, não é apontar um ritmo específico, é valorizar aquilo que nade contra a corrente do lixo imperialista. Como entoava Milton Nascimento “Todo artista tem de ir aonde o povo está”, e assim, indicamos para a juventude, a verdadeira cultura popular que é estabelecida, que estabelece contato com as massas, são aquelas onde mostram caminhos honestos para se viver, divulgam as lutas dos povos, não vulgarizam as mulheres, não criminalizem os pobres, não incentive o consumo de drogas. Enfim, temos uma imensa variedade de artistas populares, que dedicam suas músicas e criatividade a levar a arte em cada pedaço de chão de nosso país. Resistir, lutar, com a cultura popular! Fontes : 1: :: http://www.documentosrevelados.com.br/repressao/
2:: http://www.historiadigital.org/historia-do-brasil/brasil-republica/ditadura-militar/10-musicas-de-protesto-a-ditadura-militar/
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