miércoles, 23 de enero de 2013

MEPR.- Chiang Ching e o trabalho artístico e literário nas Forças Armadas

Resumo do Fórum sobre o trabalho artístico e literário nas Forças Armadas convocado pela camarada Chiang Ching por incumbência do camarada Lin Piao –de 2 a 20 de fevereiro de 1966
Nota do MEPR: Retirado em espanhol da página http://dazibaorojo08.blogspot.com. Tradução para o português do MEPR.

Nota: Este importante documento foi tomado de Importantes Documentos da Grande Revolução Cultural Proletária. Edições em Línguas Estrangeiras. Pequim, 1970, p.209-250. Foi transcrito por Grande Marcha para o Comunismo e incluído em sua página web para dar-lhe maior difusão, especialmente entre as novas gerações de comunistas e revolucionários. Madri, janeiro de 2013.

A pedido do camarada Lin Piao, a camarada Chiang Ching convidou alguns camaradas das forças armadas para celebrar um fórum em Shangai de 2 a 20 de fevereiro de 1966, para discutir certos problemas concernentes ao trabalho artístico e literário nas forças armadas.

Antes de partir para Shangai, o camarada Lin Piao deu a estes camaradas as seguintes instruções: “A camarada Chiang Ching conversou comigo ontem. Ela é muito penetrante politicamente em matérias relacionadas à arte e literatura e realmente sabe de arte. Tem muitas valiosas opiniões. Vocês devem prestar grande atenção a elas e tomar sérias medidas para assegurar que se apliquem nos terrenos ideológico e organizativo. De agora em diante, devem enviar-lhe os documentos das forças armadas concernentes à arte e a literatura. Ponham-se imediatamente em contato com ela quando tiverem alguma informação, para mantê-la assim a corrente do trabalho artístico e literário das forças armadas. Devem pedir suas opiniões a fim de melhorar este trabalho. Não nos devemos dar por satisfeitos com o atual nível ideológico ou com o nível artístico deste, ambos requerem uma maior elevação”.

Tanto ao começar o fórum como no curso das trocas de pontos de vista, a camarada Chiang Ching disse reiteradamente que não havia estudado suficientemente as obras do Presidente Mao, que sua compreensão do pensamento do Presidente Mao não era profunda, que apenas o que fazia era pôr resolutamente em prática os pontos que havia assimilado. Acrescentou que durante os últimos quatro anos havia concentrado sua atenção em ler certo número de obras literárias, formando algumas idéias, mas que nem todas eram necessariamente corretas. Disse que todos nos somos militantes comunistas e que para o bem da causa do Partido deveríamos discutir as coisas juntos, em pé de igualdade. Esta discussão deveria ter sido realizada no ano passado, porém foi postergada porque ela não se encontrava bem de saúde. Disse ademais que como recentemente se sentia melhor, podia agora convidar os camaradas a reunir-se para celebrar discussões de acordo com as instruções do camarada Lin Piao.

A camarada Chiang Ching propôs que antes de trocar impressões lêssemos e examinássemos primeiro algumas obras e logo estudássemos documentos e materiais a respeito. Nos aconselhou que lêssemos algumas obras do Presidente Mao sobre o tema, sustentou conversações privadas com alguns camaradas das forças armadas em oito ocasiões, assistiu a quatro discussões coletivas e viu junto conosco treze filmes e três funções teatrais. Também trocou opiniões conosco durante a projeção dos filmes e das representações teatrais. Ademais nos aconselhou assistir outros 21 filmes. Durante este período, a camarada Chiang Ching viu a cópia de nosso filme Uma grande muralha ao longo da costa sul, recebeu seus diretores, câmeras e parte de seus atores, conversando com eles em três oportunidades, o que contribuiu a educa-los e estimula-los em grande medida.

Em nossos contatos com a camarada Chiang Ching, tivemos a impressão de que sua compreensão do pensamento do Presidente Mao é bastante profunda e que, durante longo tempo, realizou investigações e estudos bastante completos sobre os problemas existentes nos terrenos artístico e literário, obtendo uma rica experiência prática mediante seus esforços pessoais em cultivar “parcelas experimentais”. Empreendeu o trabalho quando todavia não estava muito bem de saúde, manteve discussões e assistiu filmes e representações teatrais conosco, mostrando-se sempre modesta, cálida e sincera. Tudo isto nos instruiu e ajudou.

II

No curso de quase 20 dias, lemos dois artigos do Presidente Mao e outros materiais sobre o tema, escutamos muitas opiniões extraordinariamente importantes da camarada Chiang Ching e assistimos mais de 30 filmes bons, maus ou com deficiências e erros de diferentes graus. Também vimos duas óperas de Pequim com temas contemporâneos revolucionários de relativo êxito: Assalto ao Regimento do Tigre Branco e A engenhosa conquista da Montanha do Tigre. Tudo isto nos ajudou a aprofundar nossa compreensão do pensamento do Presidente Mao sobre arte e literatura e a elevar o nível de nosso entendimento da revolução cultural socialista. Abaixo algumas idéias discutidas e aprovadas no Fórum:

1 –Nos últimos 16 anos se observou uma aguda luta de classes na frente cultural. Na realidade, durante as duas etapas de nossa revolução, a de Nova Democracia e a Socialista, tem havido uma luta entre as duas classes e entre as duas linhas na frente cultural, a saber, a luta entre o proletariado e a burguesia pela direção desta frente. Na história de nosso Partido, as lutas entre o oportunismo de “esquerda” e o de direita incluíram também as lutas entre as duas linhas na frente cultural. A linha de Wang Ming representava a ideologia burguesa que, em um dado momento, abundava em nosso Partido. No movimento de retificação do estilo de trabalho, iniciado em 1942, o Presidente Mao realizou primeiro uma completa refutação teórica das linhas política, militar e organizativa de Wang Ming, e imediatamente depois outra refutação completa da linha cultural representada por ele. As obras do Presidente Mao Sobre a Nova Democracia, Intervenções no Colóquio de Yenan sobre Arte e Literatura e Carta ao Teatro da Ópera de Pequim, de Yenan, escrita depois de ver “Sem outro caminho que a rebelião”, são os mais completos, mais amplos e mais sistemáticos resumos históricos desta luta entre as duas linhas na frente cultural e são a continuação e desenvolvimento da concepção marxista-leninista do mundo e da teoria marxista-leninista sobre arte e literatura. Depois que nossa revolução entrou na etapa socialista, o Presidente Mao publicou Sobre o tratamento correto das contradições no seio do povo e Discurso ante a Conferência Nacional do Partido Comunista da China sobre o trabalho de propaganda. Estas duas obras são os mais recentes resumos da experiência histórica dos movimentos por uma ideologia, uma arte e uma literatura revolucionários na China e em outros países, e representam um novo desenvolvimento da concepção marxista-leninista do mundo e da teoria marxista-leninista sobre arte e literatura. Estes cinco escritos do Presidente Mao satisfazem as necessidades do proletariado para um longo tempo.

Transcorreram mais de 20 anos desde a publicação dos primeiros três deste cinco trabalhos do Presidente Mao e cerca de 10 anos desde a publicação dos últimos dois. Não obstante, desde a fundação da República Popular da China, as idéias expostas nestas obras não foram aplicadas no fundamental nos círculos artísticos e literários. Em troca, temos sido submetidos à ditadura de uma linha sinistra anti-Partido e anti-socialista diametralmente oposta ao pensamento do Presidente Mao. Esta linha sinistra é uma combinação das idéias da burguesia e do revisionismo contemporâneo sobre arte e literatura e do que se deu chamar arte e literatura da década de trinta. Suas expressões típicas são teorias tais como as de “escrever o verdadeiro”, o “amplo caminho do realismo”, o “aprofundamento do realismo”, a oposição ao “tema como fator decisivo”, “personagens médios”, a oposição ao que “cheira a pólvora”, e a “fusão das diversas tendências como o espírito da época”. A maioria destas teorias foram refutadas já há muito pelo Presidente Mao em suas Intervenções no Colóquio de Yenan sobre Arte e Literatura. Nos círculos cinematográficos há pessoas que advogam por “descartar os cânones e rebelar-se contra a ortodoxia”, em outras palavras, por descartar os “cânones” do marxismo-leninismo, pensamento Mao Tsetung e rebelar-se contra a “ortodoxia” da guerra revolucionária popular. Como resultado da influência ou controle desta contracorrente ideológica burguesa e revisionista contemporânea sobre arte e literatura, entre as obras criadas em mais de uma década, são muito poucas as obras boas ou fundamentalmente boas (ainda que tenha havido algumas) que verdadeiramente elogiam aos heróis saídos dentre os operários, camponeses e soldados e que servem a estes; muitas são medíocres, enquanto algumas são ervas venenosas anti-Partido e anti-socialistas. De acordo com as instruções do Comitê Central do Partido devemos levar a cabo resolutamente a grande revolução socialista na frente cultural e erradicar totalmente esta linha sinistra. Depois de erradicada, podem aparecer outras, e contra elas deve continuar a luta. Portanto, é uma luta árdua, complexa e a longo prazo, que durará decênios ou inclusive séculos. Este é um problema cardeal, ao qual estão ligados tanto o porvir de nossa revolução como o da revolução mundial.

Uma lição que podemos deduzir do ocorrido em mais de uma década é que começamos a abordar demasiado tarde o problema da arte e literatura. Só temos tratado algumas questões específicas neste terreno e não os problemas em seu conjunto e de maneira sistemática. Se não ocupamos o campo da arte e da literatura, cedemos inevitavelmente muitas posições à linha sinistra. Esta é uma séria lição. Graças à resolução aprovada em 1962 pela X Sessão Plenária do Comitê Central do Partido sobre desdobramento da luta de classes em todo o país, a luta para promover a ideologia proletária e erradicar a burguesa na frente cultural se desenvolve gradualmente.

2 –Nos últimos três anos se observou uma nova situação na grande revolução cultural socialista. O exemplo mais sobressalente é o surgimento da ópera de Pequim com temas contemporâneos revolucionários. Sob a direção do Comitê Central do Partido encabeçado pelo Presidente Mao, e armados com o marxismo-leninismo, pensamento Mao Tsetung, os trabalhadores da arte e da literatura que se dedicam à revolução da Ópera de Pequim lançaram uma heróica e tenaz ofensiva contra a arte e a literatura da classe feudal, da burguesia e do revisionismo contemporâneo. O irresistível impacto desta ofensiva tem revolucionado radicalmente, tanto no conteúdo ideológico como na forma artística, a ópera de Pequim, anteriormente a mais recalcitrante das fortalezas, iniciando assim uma mudança revolucionária nos círculos artísticos e literários. As óperas de Pequim com temas contemporâneos revolucionários como A lanterna vermelha, Shachiapang,A engenhosa conquista da Montanha do Tigre e Assalto ao Regimento do Tigre Branco, o balé Destacamento Vermelho de Mulheres, a sinfonia Shachiapang e o conjunto escultural em argila O pátio dos arrendamentos ganharam a aprovação das grandes massas de operários, camponeses e soldados, e tem sido acolhidos com grande entusiasmo pelo público chinês e estrangeiro. Estas obras constituem um esforço criador que exercerá uma influência profunda e de longo alcance em nossa revolução cultural socialista. Mostram de maneira convincente que até a mais recalcitrante das fortalezas, a ópera de Pequim, pode ser tomada por assalto e revolucionada, e que as formas artísticas clássicas procedentes do estrangeiro como o balé e a música sinfônica também podem ser transformadas para que sirvam ao nosso propósito. Isto nos deve infundir maior confiança na revolução das outras formas de arte. Há quem diga que a ópera de Pequim com temas contemporâneos revolucionários tem descartado as tradições e habilidades básicas desse gênero, porém os fatos demonstram o contrário: a ópera de Pequim com temas contemporâneos revolucionários herdou precisamente de maneira crítica as tradições dessa ópera, e realmente substituiu o velho e fez nascer o novo. Em vez de serem descartadas, as habilidades básicas desta ópera resultaram insuficientes. Desde já, devem e tem que ser descartadas algumas dessas habilidades que não podem refletir a nova vida. Para refleti-la, necessitamos urgentemente refinar e criar, desenvolver e enriquecer gradualmente as habilidades básicas da ópera de Pequim através da experiência que vivemos. Todos estes fatos deram um sério golpe aos conservadores de diverso tipo e às teorias tais como a do “valor da bilheteria”, a do “valor em divisas” e a de que “as obras revolucionárias não podem viajar para o exterior”.

Outra característica sobressalente da revolução cultural socialista nos últimos três anos constitui as amplas atividades massivas dos operários, camponeses e soldados nas frentes ideológica, artística e literária. Os operários, camponeses e soldados estão escrevendo agora muitos e excelentes artigos filosóficos que, baseados na prática, expressam esplendidamente o pensamento Mao Tsetung; também estão produzindo muitas e excelentes obras artísticas e literárias nas quais elogiam a grande vitória de nossa revolução socialista e o grande salto adiante nas diversas frentes de nossa construção socialista e ensalçam aos nossos novos heróis e a sábia direção de nosso grande Partido e grande líder. Especialmente, os numerosos poemas escritos por operários, camponeses e soldados em seus jornais murais e quadros-negros, marcam, tanto por seu conteúdo como por sua forma, uma época inteiramente nova.

Por conseguinte, estes não são senão os primeiros frutos de nossa revolução cultural socialista, e só representam o primeiro passo em nossa grande marcha de dez mil li. A fim de defender e desenvolver estes logros e levar até o fim a revolução cultural socialista, segue sendo necessário que realizemos árduos esforços durante longo tempo.

3 –A luta entre os dois caminhos na frente artística e literária não pode deixar de refletir-se nas forças armadas, que não vivem no vazio nem podem ser uma exceção. O Exército Popular de Libertação da China é o instrumento principal da ditadura do proletariado na China, é o respaldo e a esperança do povo chinês e dos povos revolucionários do mundo. Sem um exército popular, nossa revolução não teria triunfado, nem existiria a ditadura do proletariado, nem o socialismo, nem nada para o povo. Por isso, é inevitável que o inimigo trate de sabota-lo desde todos os lados e utilize a arte e a literatura como armas para corrompe-lo ideologicamente. Não obstante, ainda depois de que o Presidente Mao assinalou que nos círculos artísticos e literários não se havia levado a cabo, no fundamental, a política do Partido durante os últimos 15 anos, certas pessoas sustentam que o problema da orientação da arte e literatura em nossas forças armadas já está resolvido, e que o que resta por resolver é, principalmente, o problema de elevar o nível artístico. Este ponto de vista é errôneo, e não está fundado em uma análise concreta. Na verdade, algumas obras artísticas e literárias de nossas forças armadas tomaram uma direção correta e alcançaram um nível artístico relativamente alto; outras têm uma orientação correta porém um baixo nível artístico; há as que padecem de sérias deficiências ou erros tanto em sua orientação política como em sua forma artística, e existem outras que são ervas venenosas anti-Partido e anti-socialistas. Os Estudos Cinematográficos “Primeiro de Agosto” produziram filmes tão danosos como Recrutamento à força. Isto demonstra que o trabalho artístico e literário nas forças armadas também foi afetado em um ou outro grau pela linha sinistra. Ademais, os trabalhadores realmente competentes que preparamos no campo da criação todavia são poucos; os problemas ideológicos no trabalho criador são todavia numerosos, e as fileiras desses trabalhadores ainda não são muito puras. Devemos analisar e resolver de forma adequada todos estes problemas.

4 –O Exército de Libertação deve desempenhar um papel importante na revolução cultural socialista. Desde que o camarada Lin Piao se encarregou dos assuntos da Comissão Militar do Comitê Central do Partido, tomou com mão firme o trabalho artístico e literário e nos deu muitas e corretas instruções. “A resolução referente ao fortalecimento do trabalho político e ideológico nas forças armadas” aprovada na reunião ampliada da Comissão Militar do Comitê Central do Partido, estabelece claramente que o objetivo do trabalho artístico e literário nas forças armadas é “servir, em estreita combinação com as tarefas e a situação ideológica das forças armadas, à promoção da ideologia proletária e à erradicação da burguesa, e à consolidação e elevação da capacidade de combate”. Já temos nas forças armadas um núcleo de trabalhadores da arte e literatura, preparados por nós e temperados na guerra revolucionária; também têm sido produzidas várias boas obras no exército. Portanto, o Exército de Libertação deve desempenhar o papel que lhe corresponde na revolução cultural socialista e deve lutar valente e resolutamente para levar a cabo a política de que a arte e a literatura devem servir aos operários, camponeses e soldados e ao socialismo. 5 –Na revolução cultural deve haver destruição e construção. Os dirigentes devem empenhar-se pessoalmente nesta tarefa e lograr que se criem bons modelos. A burguesia tem seu reacionário “monólogo sobre a criação do novo”. Nós, também, devemos criar o novo e o original, o novo no sentido de que é socialista, e original no sentido de que é proletário. A tarefa básica da arte e da literatura socialista é esforçar-se por criar personagens heróicos surgidos dos operários, camponeses e soldados. Só quando tenhamos tais modelos e uma exitosa experiência a esse respeito, nossos argumentos serão convincentes, seremos capazes de consolidar as posições que ocupamos e de tomar o bastão aos reacionários.

Sobre este problema devemos estar orgulhosos de nós mesmos, e não devemos ter complexo de inferioridade.

Devemos eliminar nossa supersticiosa veneração pela chamada arte e literatura da década de trinta. Nessa época, o movimento artístico e literário da ala esquerda seguiu no político a linha oportunista de “esquerda” de Wang Ming; praticou no organizativo a política de “portas fechadas” e o sectarismo; e suas idéias sobre a arte e a literatura eram na realidade as mesmas de críticos artísticos e literários burgueses russos tais como Belinsky, Chernyshevsky, Dobrolyubov y Stanislavsky no terreno teatral, democratas burgueses da Rússia czarista, cujas idéias eram burguesas e não marxistas. A revolução democrático-burguesa é uma revolução em que uma classe exploradora substitui a outra classe exploradora. Só a revolução socialista do proletariado elimina finalmente todas as classes exploradoras. Por isso não devemos tomar as idéias de nenhum revolucionário burguês como princípio guia em nosso movimento proletário na ideologia, na arte e na literatura. Também houve algo bom na década de trinta: o movimento combatente da ala esquerda na arte e literatura dirigido por Lu Sun. Em meados da década de trinta, alguns dirigentes da ala esquerda, influenciados pela linha capitulacionista de direita de Wang Ming, abandonaram o ponto de vista de classe marxista-leninista e levantaram a consigna de “uma literatura de defesa nacional”. Esta era uma consigna burguesa. Foi Lu Sun quem formulou a consigna proletária: “Literatura de massas para a guerra revolucionária nacional”. Alguns escritores e artistas da ala esquerda, especialmente Lu Sun, formularam também as consignas de que a arte e a literatura deviam servir aos operários e camponeses e que estes deviam criar sua própria arte e literatura. Não obstante, não encontraram uma solução sistemática para o problema básico de integrar a arte e a literatura com os operários, camponeses e soldados. Os escritores e artistas da ala esquerda naquele momento eram em sua grande maioria democratas nacionalistas burgueses; alguns deles não resistiram à prova da revolução democrática, enquanto que outros não saíram muito arejados da prova do socialismo.

Devemos eliminar a fé cega na literatura clássica chinesa e estrangeira. Stalin foi um grande marxista-leninista. Criticou de maneira muito aguda as escolas modernas burguesas na arte e na literatura. Porém herdou sem crítica as chamadas obras clássicas da Rússia e Europa, o que teve más conseqüências. A arte e a literatura clássicas da China e da Europa (incluindo a Rússia), e até os filmes norte-americanos, exerceram não pouca influência nos círculos artísticos e literários de nosso país, há quem os tome por cânones aceitando-os em bloco, e a experiência de Stalin deve servir-nos de lição. É certo que se deve estudar as obras de autores antigos e estrangeiros e que é errôneo negar-se a estuda-las, porém deve-se faze-lo de maneira crítica para que o antigo sirva ao presente e o estrangeiro à China.

Com relação às obras artísticas e literárias revolucionárias soviéticas relativamente boas, surgidas quando da Revolução de Outubro, devemos tomar também uma atitude analítica e não venera-las cegamente nem muito menos imita-las cegamente. A imitação cega nunca produz arte. A arte e a literatura só podem originar-se na vida do povo, que é sua única fonte. Isto o comprova a história da arte e da literatura de todos os tempos e países.

No mundo, sempre são as forças novas que vencem as decadentes. Nosso Exército Popular de Libertação era débil e pequeno no começo, porém finalmente se tornou poderoso e derrotou aos reacionários norte-americanos e chiangkaishekistas. Ao enfrentarmos a excelente situação revolucionária tanto nacional como internacional e as nossas gloriosas tarefas, devemos sentirmo-nos orgulhosos de sermos revolucionários conseqüentes. Devemos ter confiança e valor para fazer coisas nunca tentadas antes, porque nossa revolução é uma revolução que tem de pôr fim para sempre a todas as classes exploradoras e a todos os sistemas de exploração e tem de erradicar por completo as ideologias de todas as classes exploradoras, as quais envenenam a mente das massas populares. Devemos criar, sob a direção do Comitê Central do Partido e do Presidente Mao e guiados pelo marxismo-leninismo, pensamento Mao Tsetung, uma nova arte e literatura revolucionários e socialistas, dignos de nosso grande país, nosso grande Partido, nosso grande povo e nosso grande Exército. Esta será a nova e mais brilhante arte e literatura que inaugurará uma nova era na história da humanidade.

Não obstante, não é nada fácil criar novos modelos. Devemos desprezar estrategicamente as dificuldades que surjam em nosso trabalho de criação, porém taticamente, devemos leva-las muito a sério. Criar uma obra de qualidade é um processo árduo e os camaradas que dirigem o trabalho de criação nunca devem adotar uma atitude burocrática e negligente, senão trabalhar arduamente e compartilhar alegrias e tristezas com os que trabalham na criação. É necessário, na medida do possível, obter material de primeira mão. Quando isto não seja factível, se deve ao menos obter material de segunda mão. Não se deve temer aos fracassos nem aos erros. É imperativo apoiar-se nas massas, seguir a linha “das massas às massas” e passar repetidamente à prova da prática durante um longo período a fim de que uma obra se aperfeiçoe reiteradamente e combine um conteúdo político revolucionário com a melhor forma artística possível. No curso da prática é preciso resumir oportunamente com as experiências e chegar gradualmente a dominar as leis das diversas formas artísticas. De outro modo não se logrará criar bons modelos. Devemos prestar grande atenção aos temas sobre a revolução e construção socialistas, e seria totalmente errôneo ignora-los.

Temos que fazer imediatamente um sério esforço para criar obras artísticas e literárias acerca das três grandes campanhas de Liaosi-Shenyang, Juai-Juai e Peiping-Tiensín e de outras importantes campanhas, aproveitando o fato de que todavia vivem os camaradas que as dirigiram ou conduziram. Há um grande número de importantes temas revolucionários, históricos e contemporâneos, e é de urgente necessidade que organizemos a criação sobre eles de forma planificada e sistemática. Há que fazer um êxito do filme Uma grande muralha ao longo da costa sul. O filme A Grande Marcha deve ser revisado e melhorado. No curso desse trabalho de criação deverá formar-se um núcleo de escritores e artistas verdadeiramente proletários.

6 –No trabalho artístico e literário, tanto o pessoal dirigente como os que trabalham na criação devem ater-se ao centralismo democrático do Partido. Apoiamos a prática de “permitir a todos expressar sua opinião”, nos opomos a de “só vale o que eu digo”, devemos seguir a linha de massas. No passado, havia escritores que quando produziam uma obra, forçavam os dirigentes a aplaudi-la e aprova-la. Este modo de atuar é muito ruim. Ao abordar o trabalho de criação artística e literária, os quadros que o dirigem devem ter sempre presente estes dois pontos: primeiro, saber escutar as opiniões das amplas massas; segundo, saber analisar essas opiniões, aceitando as corretas e rechaçando as errôneas. Na arte e literatura não existem obras sem defeitos, porém se uma obra é boa no fundamental, deve-se contribuir para seu aperfeiçoamento, assinalando seus defeitos e erros. Não há porque arquivar as obras ruins; é preciso submete-las ao juízo das massas. Não devemos temer às massas, senão ter firme confiança nelas; as massas podem nos proporcionar muitas opiniões valiosas. E através de tal juízo, elevarão sua capacidade de discernimento. Produzir um filme custa centenas de milhares ou inclusive um milhão de yuanes. Arquiva-la é desperdício de dinheiro. Por que não exibi-la ao público para educar assim aos escritores e artistas e às massas populares, compensando seu custo ao Estado, colhendo um resultado tanto no terreno ideológico como no econômico? O filme A cidade sitiada esteve muito tempo em cartaz, porém ninguém o criticou. Seria conveniente que o Jiefangjun Bao (Diário do Exército de Libertação) escrevesse algum artigo criticando-o.

7 –É indispensável fomentar a crítica revolucionária e combativa de massas na arte e literatura, e romper o monopólio detido por uns quantos “críticos” (aqueles que têm uma orientação equivocada e carecem de combatividade), devemos colocar a arma da crítica artística e literária nas mãos das amplas massas de operários, camponeses e soldados e combinar a atividade dos críticos profissionais com a dos elementos provenientes das massas. Devemos imprimir maior combatividade à crítica e opormo-nos ao elogio vulgar e sem princípios. Devemos retificar o estilo de nossos escritos, estimular a produção de artigos curtos e facilmente acessíveis, converter nossa crítica artística e literária em adagas e granadas de mão, e aprender a usa-las com eficácia nos combates à curta distância. Naturalmente isto não exclui a necessidade de escrever ao mesmo tempo alguns artigos mais extensos, sistemáticos e de uma maior profundidade teórica. Nos opomos ao uso de um jargão para atemorizar as pessoas. Esta é a única maneira de desarmar os chamados “críticos artísticos e literários”. O Jiefangjun Bao e a revista Jiefangjun Wenyi (Arte e Literatura do Exército de Libertação) devem dedicar de forma regular ou esporádica colunas especiais ao comentário artístico e literário. Devem brindar um apoio entusiasta às obras boas ou boas no fundamental, assinalando ao mesmo tempo seus defeitos. Com relação às obras ruins, é preciso submete-las a uma crítica de princípios. Deve-se proceder a uma crítica sistemática e cabal dos postulados errôneos mais representativos sobre arte e literatura, assim como de muitas outras falácias disseminadas por certas pessoas que tentavam falsificar a história e esbanjar elogios a si mesmas tal como se faz nos livros A história do desenvolvimento do cinema chinês, Uma coleção de dados históricos sobre o movimento do drama chinês nos últimos 50 anos e Um estudo preliminar do repertório da ópera de Pequim. Não devemos temer que certas pessoas nos censurem de brandir o porrete. Ante a acusação de simplismo e crueza que alguns nos lançam, devemos adotar uma atitude analítica. Algumas de nossas críticas, ainda que basicamente corretas, não são sufucientemente analíticas, fundamentadas e convincentes. Isto deve ser superado. Em algumas pessoas se trata de uma falta de compreensão: a princípio nos acusam de simplismo e crueza porém logo deixam de faze-lo. Porém quando o inimigo considera nossas críticas corretas como simplistas e cruas, devemos mantermo-nos firmes. A crítica artística e literária deve ser um trabalho regular, um método importante para travar a luta na frente artística e literária e um método importante mediante o qual o Partido dirige o trabalho artístico e literário. Sem uma correta crítica artística e literária, é impossível fazer prosperar o trabalho de criação. 8 –Na luta contra o revisionismo estrangeiro na arte e literatura, não devemos nos ocupar somente de pessoas insignificantes como Chujrai. Devemos ocuparmo-nos de figuras importantes, como pro exemplo Cholokhov, a quem devemos nos atrever a tocar. Ele é apóstolo da arte e literatura revisionistas, sua obras O Don aprazível, Campos arados e O destino de um homem exerceram enorme influência sobre uma parte dos escritores e leitores chineses. Seria conveniente que o Exército considerasse a possibilidade de reunir um grupo de camaradas que submetam a um estudo estas obras e escrevam artigos de crítica analíticos, bem fundamentados e convincentes. Tal coisa terá grande repercussão na China e no resto do mundo. Deve fazer-se o mesmo com relação às obras similares de autores chineses.

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