Morre Dona Maria Rosa Monteiro, mãe do estudante Honestino Guimarães
Com complicações decorrentes de uma fratura no fêmur, faleceu, aos 84 anos de idade, no dia 20 de setembro de 2012, Dona Maria Rosa Monteiro, mãe de Honestino Guimarães, estudante de geologia da Universidade de Brasília, que durante o período em que vigorou a ditadura militar fascista no Brasil se destacou como um dos expoentes na luta contra o regime e contra as atrocidades que ele cometia.
Honestino era líder estudantil, presidiu a UNE por duas vezes, entre 1969 e 1973, antes de ser preso, torturado e morto pelos militares. Dona Maria Rosa Monteiro se dedicou a esclarecer a morte do filho, mais um, entre tantos no Brasil e em toda a América Latina, covardemente assassinado pelas hordas fascistas que se instauraram no poder para garantir os interesses do imperialismo, da grande burguesia e dos latifundiários. Também militou durante a década de 1970 até sua morte para denunciar os crimes cometidos pelos militares e escreveu um livro intitulado “Honestino, o bom da amizade é não cobrança”, onde conta histórias sobre a vida do filho, detalhes de sua personalidade e de sua luta incansável contra os que se esforçavam para perpetrar o terror, a opressão e a exploração.
Dona Maria Rosa Monteiro engrossava a triste lista de mães, pais, filhos, irmãos, parentes e amigos que foram privados da convivência com seus entes queridos, que tiveram pessoas próximas torturadas e assassinadas por lutarem pela libertação da classe trabalhadora, pelo fim da exploração imperialista e por uma nova e verdadeira democracia, em que a igualdade, a justiça e o poder popular estivessem de fato presentes. Não lutavam, como querem fazer crer os oportunistas e governistas das mais diferentes matizes, por um regime como o que vigora nos dias de hoje, defensor dos mesmos interesses que eram característicos do regime militar, que tem como objetivo - e para cumpri-lo atua ao lado dos que no passado comandavam a ditadura - garantir os direitos dos ricos em detrimento dos mais pobres, a rapina imperialista, a manutenção do latifúndio, o lucro dos bancos e dos grandes industriais, além de estar versado na tortura e nas mortes de todos os que se levantam para combatê-lo.
As circunstâncias da morte e o paradeiro do corpo de Honestino Guimarães até hoje permanecem trancados nos vis arquivos da ditadura militar, protegidos com todo o empenho pelos assassinos da época e de hoje, e pelos gerentes do velho Estado brasileiro, desde Collor, passando por FHC, até os oportunistas Lula/Dilma, todos eles avessos a verdade e a justiça, comprometidos com o obscurantismo que tanto agrada o exército e outros fascistas.
O caso não resolvido de Honestino Guimarães, a morte de sua mãe sem que pudesse enterrar o filho, assim como as inúmeras histórias dos que se dedicaram a lutar contra o fascismo em nosso e em outros países, reprimidos, torturados e desaparecidos, nos mostra, mais uma vez, que não há outro caminho se não o da mobilização e luta para que os torturadores do regime militar sejam devidamente punidos. Todas as tergiversações perpetradas recentemente pelos gerentes do Estado contra o povo e contra a memória dos que lutaram pela liberdade, como a comissão da verdade, sem caráter punitivo, um artefato oportunista para dar resposta à corte Interamericana de Direitos Humanos, nenhum deles será capaz de resolver de fato o problema. Organizar os trabalhadores, camponeses, estudantes, familiares e todos os democratas para irem as ruas exigir: PUNIÇÃO AOS TORTURADORES DO REGIME MILITAR! Esse é o caminho a ser trilhado e que está sendo construído.
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