A Europa entre o capital e o trabalho:
Desmonte de direitos:
Nada poderia ser mais sintomático da profundidade da crise econômico-financeira do imperialismo a nível mundial, que dista muito de estar perto de um desfecho –ou, melhor, do início de um novo ciclo –do que os protestos diários que estremecem o velho Continente. A Europa, sempre apontada pelos monopólios dos meios de comunicação como exemplo de bem-estar e “harmonia” entre capital e trabalho, vê-se então revelada na sua verdadeira face: bolsões de miséria cada vez mais numerosos, expansão dos guetos de imigrantes e do racismo e xenofobia mais retrógrados, dominação severa de um punhado de magnatas sobretudo de França, Inglaterra e (principalmente) Alemanha sobre milhões e milhões de trabalhadores de seus próprios países e da imensa maioria de nações-membro da União Européia, sobretudo aquelas da Europa do Leste.
Os dados são aterradores. O representante para a Europa do truste Unilever –setor agroalimentar –disse em entrevista ao Financial Times: “A pobreza regressa à Europa”. E conclui: "Se um espanhol não gasta mais de 17 euros quando vai às compras, não podemos esperar que compre uma embalagem de detergente que custa metade do seu orçamento”. Em 2010, levantamento da Comissão Européia relativo a 2009 havia apontado a existência de 79 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no Continente; em idêntico levantamento de 2011, relativo a 2010, esse número havia ascendido a 115 milhões de almas. Cerca de 21,4% de todos os jovens da UE não tinham nenhum trabalho em setembro de 2011, número que na Espanha atinge a impressionante cifra de 48%. Na Grécia, Itália, Irlanda, Lituânia, Letônia e Eslováquia o desemprego dos jovens está entre 25% a 45%. Entre os empregados, o emprego precário é a regra: 50% dos novos contratos de emprego no interior da UE são temporários. [i]
Nessa ofensiva do capital monopolista contra o proletariado a esquerda reformista, herdeira da funesta social-democracia alemã, joga papel central. Na França, por exemplo, onde o “socialista” François Hollande se elegeu com o muito velho discurso de “combater a direita” acabou de anunciar “medidas de austeridade”, eufemismo que significa corte de direitos e aumento de impostos.
Maiores manifestações em décadas:
Têm ocorrido protestos diários, em diversos países simultaneamente. Em Portugal ocorreu, no último dia 15/09, a maior manifestação em 30 anos, reunindo mais de 200 mil pessoas em Lisboa e outras cidades. Na Grécia, desde setembro já ocorreram duas greves gerais no País, que tem sido devastado por FMI e UE, tratado como verdadeira nação derrotada numa guerra e que permanece ocupada pelo inimigo. Em inauguração de mesquita, nessa quinta 27/09, o ministro do Interior francês, Manuel Valls, disse que o governo não hesitará em expulsar os “estrangeiros em nosso país, que não respeitem nossas leis e nossos valores", usando como cortina de fumaça o fundamentalismo islâmico. Sabe-se que os setores mais radicalizados dos protestos na França são os jovens imigrantes, oriundos do norte da África –a força de trabalho mais explorada naquele país, como de resto nos demais –e que a religião não é mais do que uma desculpa para extradita-los.
Nessa ofensiva do capital monopolista contra o proletariado a esquerda reformista, herdeira da funesta social-democracia alemã, joga papel central. Na França, por exemplo, onde o “socialista” François Hollande se elegeu com o muito velho discurso de “combater a direita” acabou de anunciar “medidas de austeridade”, eufemismo que significa corte de direitos e aumento de impostos.
Maiores manifestações em décadas:
Têm ocorrido protestos diários, em diversos países simultaneamente. Em Portugal ocorreu, no último dia 15/09, a maior manifestação em 30 anos, reunindo mais de 200 mil pessoas em Lisboa e outras cidades. Na Grécia, desde setembro já ocorreram duas greves gerais no País, que tem sido devastado por FMI e UE, tratado como verdadeira nação derrotada numa guerra e que permanece ocupada pelo inimigo. Em inauguração de mesquita, nessa quinta 27/09, o ministro do Interior francês, Manuel Valls, disse que o governo não hesitará em expulsar os “estrangeiros em nosso país, que não respeitem nossas leis e nossos valores", usando como cortina de fumaça o fundamentalismo islâmico. Sabe-se que os setores mais radicalizados dos protestos na França são os jovens imigrantes, oriundos do norte da África –a força de trabalho mais explorada naquele país, como de resto nos demais –e que a religião não é mais do que uma desculpa para extradita-los.
Na Espanha têm ocorridos protestos massivos e crescentemente radicalizados. O levantamento dos mineiros das Astúrias, por exemplo, tomou repercussão mundial. Nessa terça 25/09 milhares de manifestantes voltaram a marchar nas ruas de Madri, sendo violentamente reprimidos pela polícia. Os manifestantes se direcionavam à Câmara dos Deputados, quando foram cercados pela repressão e brutalmente agredidos. Os manifestantes responderam como puderam, com paus e pedras. Ao todo, foram 64 pessoas feridas –dentre as quais 27 policiais –e 22 presos. Um dia depois, na quarta-feira, o combativo proletariado do País Basco, politizado por décadas de luta armada pela independência, realizou a segunda greve geral do ano.
É evidente, e sem dúvida novos contingentes de manifestantes seguirão compreendendo esta verdade no curso da própria luta, que marchas e combates de rua não poderão derrocar, por si só, a velha ordem, solidamente assegurada pela força das armas. Somente um autêntico processo revolucionário poderá emancipar os trabalhadores europeus, derrocando aos capitalistas e seus defensores. Não há meio termo.
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