Mesmo antes do estouro da crise dos subprimes em 2007 afirmávamos categoricamente que o capitalismo galopava rumo a uma grande crise. Tal análise vinha da compreensão científica de que o modelo econômico dado vive uma crise estrutural. Se os economistas propagandeiam um crescimento econômico por um curto período, antecedido por uma crise, é sinal de que logo o "mercado" chegará a exaustão caindo em uma nova e mais profunda ruptura.
Naquela data o então gerente de Estado, Luís Inácio, disse jocosamente que para o Brasil a crise era apenas uma "marolinha", que a economia brasileira estava sólida e que não haviam riscos. Sempre denunciamos a falsidade dessas declarações, mesmo quando todo monopólio da imprensa e toda a máquina estatal tentava maquiar a realidade.
Chegamos a um momento crítico, com a saída de Lula da gerência e a eleição de Dilma Roussef, que apesar de ser do mesmo partido do antecessor, o PT, não tem o mesmo traquejo político para escamotear e esconder a crise. Desde o início de seu mandato, Dilma tem tentado aliviar a economia e nada parece recuperá-la.
Seis meses de “ajustes” são coroados com estagnação econômica
Na verdade, a economia brasileira não entrou em bancarrota com o estouro da bolha imobiliária dos EUA, por ter desviado, anos antes, suas exportações para China. Esta conseguiu impedir o avanço da crise para suas dependências, por ter estatais nas áreas fundamentais da economia. Porém, a economia chinesa depende da exportação de mercadorias de todos os tipos, com alto e baixo valor agregado, para o mundo inteiro; o colapso financeiro acometeu a economia global e de maneira mais grave os EUA e Europa, os principais importadores dos produtos chineses. O que criou um grande problema na China.
Por necessidade e pressão dos trabalhadores chineses criou alguns direitos trabalhistas, antes inexistentes, aumentando os salários dos trabalhadores chineses, o que aumentou o mercado interno. O mercado interno consome parte das mercadorias que deixaram de ser exportadas para os EUA e Europa. A China, através das estatais, também tentou inflar a economia investindo em obras de grande porte, muitas vezes tidas como desnecessárias. Mesmo assim, a economia chinesa dá uma refreada, pois não pode aprofundar as mudanças, sua economia é consequência da enorme exploração do proletariado. O segundo semestre de 2012 é o pior para a China nos últimos três anos.
Com a baixa na economia chinesa nosso país perde o principal comprador de commodities, que no caso do Brasil é matéria-prima bruta que continuamos exportando. Soja, milho, cana, minério de ferro e outros estão com mercado menor.
Indústria e comércio sofrem.
Assim, o Brasil de economia semicolonial nunca transformada, perde sua base de sustentação. A crise se avizinha. Nem os monopólios, nem a gerência podem negar, a crise é crônica, seus sintomas são sentidos no comércio, agricultura e indústria. Em 2012 foram inúmeros os pacotes objetivando reaquecer a economia, todos fracassados.
No início do ano, a redução da Selic, o controle da escalada da apreciação cambial e o Plano Brasil Maior não conseguiram contornar a queda vertiginosa nos gráficos. O efeito foi contrário, aumentou o endividamento. Abaixaram os juros bancários, porém as notícias não melhoraram.
Com a divulgação dos dados até maio, os analistas decretaram que "2012 é um ano perdido para a indústria", em comparação com o ano passado o acumulado do ano tem queda de 3.4%. Os setores que mais impactaram negativamente o resultado foram veículos (4,5%) e alimentos (3,4%).
O comércio segue o mesmo caminho, o Serasa divulgou os dados constatando que esse é o pior desempenho dos últimos três anos, isso graças aos pacotes de isenção da gerência federal. As vendas no varejo brasileiro registraram queda de 0,8% em maio em relação ao mês de abril. A confiança da construção civil caiu nos últimos três meses atingindo em junho 9,5%.
Em 09 de julho, o gerenciamento Dilma anunciou devolução recorde do Imposto de Renda, de R$ 2,6 bilhões para 2,46 milhões de contribuintes, o que deveria ser uma atitude normal foi encarada pelo governo como emergencial, uma medida de reaquecimento da economia. A inadimplência alcança níveis insustentáveis. Pudera, a política de aumento de crédito, o qual tem sido o ponto de sustentação do gerenciamento petista, inevitavelmente leva ao endividamento, aliás o estouro da crise na maior economia do planeta, nos EUA, se deu justamente por ter levado ao máximo essa política. Fizeram uma cópia mal feita do que já havia dado errado.
A inadimplência do consumidor cresceu 19,1% no primeiro semestre de 2012 sobre igual período do ano passado, informou a Serasa Experian. A mesma entidade explica; "A renda do consumidor está comprometida, principalmente com dívidas caras (cheque especial e rotativo do cartão de crédito) e de alto valor (veículos e imobiliárias), o que leva a um descontrole no gerenciamento da situação". Cerca de 60% dos consumidores que não honram seus pagamentos têm dívidas acima de 100% de suas rendas. O número de cheques sem fundo no primeiro semestre de 2012 é o maior desde 2009.
Com todo esse quadro desfavorável foi anunciado mais uma vez a expectativa de aumento do Produto Interno Bruto, dessa vez o gerenciamento reduziu, de modo otimista, a estimativa de crescimento para 1,64% (relatório Focus). A situação é grave, o Índice Atividade Econômica do Brasil Central (IBC-Br) revelou que o mercado sofreu uma queda de 0,02% em relação ao mês de abril cujo registro é de estagnação, alta de 0,1%.
Submissão ao imperialismo e defesa do grande capital.
Continuamos seguindo a mesma cartilha de subordinação ao imperialismo, é por isso que nosso país não pode passar imune a crise mundial. Seguimos aplicando as medidas pelo Banco Mundial nas mais diversas áreas. A título de exemplo, podemos frisar a educação superior que seguiu as propostas do imperialismo e agora se encontra em frangalhos, não por um acaso estamos participando da maior greve da história na educação superior. A fusão do público com o privado, a transformação da educação em moeda com a subjacente precarização do ensino aconteceram e seguem acontecendo aqui e em todo o globo e tem origem nos projetos do Banco Mundial que notadamente estão a serviço do imperialismo, sobretudo ianque.
"No documento Brasil Justo, Sustentável e Competitivo, o Banco Mundial apresenta a agenda de reformas a ser implementada pelo governo Lula da Silva, destacando como enfoque central a necessidade de reformas na educação superior brasileira: “o país gasta mais, em termos per capita, em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e com o ensino superior do que a maioria das nações latino-americanas. Como explicar esse paradoxo? Em primeiro lugar, o setor público domina a P&D: os vínculos entre as universidades e o setor privado são relativamente fracos. Em segundo, o setor privado opera em ambiente freqüentemente burocrático, o que prejudica as firmas menores e mais novas e a inovação tecnológica. Em terceiro, a exposição das empresas brasileiras à tecnologia e gestão de ponta por meio do comércio (e do investimento estrangeiro orientado para as exportações) é relativamente baixa. E, por último, os gastos com o ensino superior beneficiam apenas poucos privilegiados. Todos estes fatores impedem ocrescimento econômico”. BANCO MUNDIAL, 2003. Brasil Justo, Sustentável e Competitivo. Contribuições para o debate.Disponível em www.bancomundial.org.br Acesso em 16/08/2004. Vejamos como fonte de prova a Lei Orçamentária Anual de 2012: 47,19% dos recursos do orçamento geral da união irão para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública, enquanto a saúde ficará com 3,98% e a educação com 3,18%, outras áreas como esporte, lazer, cultura e saneamento têm orçamento ainda menor." [retirado de http://antigo.andes.org.br/publicacoes/caderno_andes_gtpe.pdf]
Ou seja, praticamente 50% do orçamento é destinado para pagamento da dívida pública, para pagar banqueiros e especuladores principalmente estrangeiros. Durante o gerenciamento Lula muito foi propagandeado sobre o fim da dívida brasileira, o que nunca foi explicado é que se tratava apenas de troca de dívidas com os mesmos credores e de maneira a ficar mais interessante aos últimos. Hoje a dívida externa está aparentemente controlada, apesar de seguir aumentando, porém a dívida interna cresce assombrosamente.
A definição clássica das dívidas externa e interna dizia que a primeira era cobrada em Dólares por credores estrangeiros, enquanto que a segunda era cobrada em Reais por credores nacionais. Isto foi verdade em algum momento da nossa história. Atualmente, no entanto, a “sofisticação” do mercado financeiro tornou as dívidas muito parecidas, de forma que agora existem credores estrangeiros da dívida interna e títulos da dívida externa sendo vendidos em Reais.
Em outras palavras, o que houve de fato foi uma migração do capital especulativo da dívida externa para a dívida interna, só que com um custo bem mais alto para o Brasil. Um pequeno exemplo citado pela Auditoria Cidadã da Dívida Externa ilustra bem a afirmação:
“Em 2007, o Real se valorizou 20% frente ao dólar. Portanto, o investidor estrangeiro que no início de 2007 trouxe dólares para aplicar na dívida interna brasileira ganhou, durante o ano, 13% em média de juros, e mais 20% quando converteu seus ganhos em dólar. Portanto, em 2007, os estrangeiros ganharam uma taxa real de juros (em dólar) de mais de 30% ao ano!”
Dessa forma, podemos explicar o aumento da dívida interna que no início do gerenciamento petista em 2003 era de R$ 687 bilhões e chega ao ano de 2012 com o número astronômico de R$ 1.870 trilhões. Isto posto, podemos entender que o empréstimo de US$ 10 bilhões feito pelo Brasil ao FMI em 2008 foi mais uma forma de sugar nossas reservas. Aproveitaram de um período curto em que o país pôde acumular fundos, fazendo um empréstimo a juros de 4%, ou seja, muito menor do que os “investidores” conseguem com nossa dívida interna.
Se pegarmos os programas assistencialistas do PT – Bolsa Família - em 2012 de deve receber R$19,76 bilhões, em comparação não será nada perto do que é encaminhado aos banqueiros e especuladores. A decisão política do PT é de favorecer ao grande capital.
Destarte, o Brasil sediará dois mega eventos que movimentarão trilhões, a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016. O povo sabe que essas “atrações” não são para ele, pois o que temos é fascismo, despejos, trabalho escravo nas obras, privatizações como dos aeroportos, prostituição e uma infinidade de outros problemas.
Podemos ainda prever como esses “empreendimentos” podem ser nocivos economicamente. Primeiro, pois as finanças dessas competições não são públicas, conforme define a Lei da Copa, com certeza fraudes, desvios e especulações são regra nesses negócios escusos. E ainda, nas licitações das obras e terceirização de outros serviços o que se observa em sua maioria é a predominância de empresas estrangeiras ou, se ditas nacionais, que possuem capital internacional. Segundo, pegando o exemplo da Grécia que foi sede das Olimpíadas em 2004 e hoje tem uma dívida de 160% do seu PIB tendo um acréscimo de 5% com os Jogos.
Os trabalhadores não pagarão pela crise.
Deveras, nada prova mais a crise política e financeira do que as jornadas de lutas dos trabalhadores nesses dois últimos anos, em que inúmeras categorias entraram em greve. Ora, se tudo estivesse bem, por qual motivo os trabalhadores estariam em greve enfrentando a repressão?
O funcionalismo público atropelou os sindicatos amarelos e sobretudo os professores travaram lutas tenazes contra os gerenciamentos de turno. Mas o carro mestre das greves é a construção civil que tem colocado a nu a ligação do gerenciamento federal com as empreiteiras e tem denunciado a conivência do PT com o aliciamento, péssimas condições e até trabalho escravo nas obras do PAC, Copa do Mundo e “Minha Casa, Minha Vida”.
Não permitiremos que a crise seja jogada sobre os despossuídos, devemos nos organizar para a luta. Em São Paulo, as montadoras de veículos que faturaram no Brasil, na última década, como em nenhum outro lugar têm demitido funcionários sob alegação de crise. São as primeiras iniciativas que tendem se alastrar de maneira sombria.
Devemos seguir o poderoso exemplo do proletariado europeu e dos países árabes e transformar esse momento em um turbilhão que coloque em cheque esse podre e velho Estado. A juventude deve marchar lado a lado com os camponeses e operários para conseguir suportar os refluxos e colher as vitórias vindouras.
Esse é o momento de forja da juventude revolucionária. As lutas aumentam, PT e PCdoB já estão do lado dos poderosos. PSOL e PSTU se irmanam com eles como fazem em Belém do Pará. É, pois o momento de anunciar a boa nova da Revolução. Nada poderá impedir a fúria das massas.
Naquela data o então gerente de Estado, Luís Inácio, disse jocosamente que para o Brasil a crise era apenas uma "marolinha", que a economia brasileira estava sólida e que não haviam riscos. Sempre denunciamos a falsidade dessas declarações, mesmo quando todo monopólio da imprensa e toda a máquina estatal tentava maquiar a realidade.
Chegamos a um momento crítico, com a saída de Lula da gerência e a eleição de Dilma Roussef, que apesar de ser do mesmo partido do antecessor, o PT, não tem o mesmo traquejo político para escamotear e esconder a crise. Desde o início de seu mandato, Dilma tem tentado aliviar a economia e nada parece recuperá-la.
Seis meses de “ajustes” são coroados com estagnação econômica
Na verdade, a economia brasileira não entrou em bancarrota com o estouro da bolha imobiliária dos EUA, por ter desviado, anos antes, suas exportações para China. Esta conseguiu impedir o avanço da crise para suas dependências, por ter estatais nas áreas fundamentais da economia. Porém, a economia chinesa depende da exportação de mercadorias de todos os tipos, com alto e baixo valor agregado, para o mundo inteiro; o colapso financeiro acometeu a economia global e de maneira mais grave os EUA e Europa, os principais importadores dos produtos chineses. O que criou um grande problema na China.
Por necessidade e pressão dos trabalhadores chineses criou alguns direitos trabalhistas, antes inexistentes, aumentando os salários dos trabalhadores chineses, o que aumentou o mercado interno. O mercado interno consome parte das mercadorias que deixaram de ser exportadas para os EUA e Europa. A China, através das estatais, também tentou inflar a economia investindo em obras de grande porte, muitas vezes tidas como desnecessárias. Mesmo assim, a economia chinesa dá uma refreada, pois não pode aprofundar as mudanças, sua economia é consequência da enorme exploração do proletariado. O segundo semestre de 2012 é o pior para a China nos últimos três anos.
Com a baixa na economia chinesa nosso país perde o principal comprador de commodities, que no caso do Brasil é matéria-prima bruta que continuamos exportando. Soja, milho, cana, minério de ferro e outros estão com mercado menor.
Indústria e comércio sofrem.
Assim, o Brasil de economia semicolonial nunca transformada, perde sua base de sustentação. A crise se avizinha. Nem os monopólios, nem a gerência podem negar, a crise é crônica, seus sintomas são sentidos no comércio, agricultura e indústria. Em 2012 foram inúmeros os pacotes objetivando reaquecer a economia, todos fracassados.
No início do ano, a redução da Selic, o controle da escalada da apreciação cambial e o Plano Brasil Maior não conseguiram contornar a queda vertiginosa nos gráficos. O efeito foi contrário, aumentou o endividamento. Abaixaram os juros bancários, porém as notícias não melhoraram.
Com a divulgação dos dados até maio, os analistas decretaram que "2012 é um ano perdido para a indústria", em comparação com o ano passado o acumulado do ano tem queda de 3.4%. Os setores que mais impactaram negativamente o resultado foram veículos (4,5%) e alimentos (3,4%).
O comércio segue o mesmo caminho, o Serasa divulgou os dados constatando que esse é o pior desempenho dos últimos três anos, isso graças aos pacotes de isenção da gerência federal. As vendas no varejo brasileiro registraram queda de 0,8% em maio em relação ao mês de abril. A confiança da construção civil caiu nos últimos três meses atingindo em junho 9,5%.
Em 09 de julho, o gerenciamento Dilma anunciou devolução recorde do Imposto de Renda, de R$ 2,6 bilhões para 2,46 milhões de contribuintes, o que deveria ser uma atitude normal foi encarada pelo governo como emergencial, uma medida de reaquecimento da economia. A inadimplência alcança níveis insustentáveis. Pudera, a política de aumento de crédito, o qual tem sido o ponto de sustentação do gerenciamento petista, inevitavelmente leva ao endividamento, aliás o estouro da crise na maior economia do planeta, nos EUA, se deu justamente por ter levado ao máximo essa política. Fizeram uma cópia mal feita do que já havia dado errado.
A inadimplência do consumidor cresceu 19,1% no primeiro semestre de 2012 sobre igual período do ano passado, informou a Serasa Experian. A mesma entidade explica; "A renda do consumidor está comprometida, principalmente com dívidas caras (cheque especial e rotativo do cartão de crédito) e de alto valor (veículos e imobiliárias), o que leva a um descontrole no gerenciamento da situação". Cerca de 60% dos consumidores que não honram seus pagamentos têm dívidas acima de 100% de suas rendas. O número de cheques sem fundo no primeiro semestre de 2012 é o maior desde 2009.
Com todo esse quadro desfavorável foi anunciado mais uma vez a expectativa de aumento do Produto Interno Bruto, dessa vez o gerenciamento reduziu, de modo otimista, a estimativa de crescimento para 1,64% (relatório Focus). A situação é grave, o Índice Atividade Econômica do Brasil Central (IBC-Br) revelou que o mercado sofreu uma queda de 0,02% em relação ao mês de abril cujo registro é de estagnação, alta de 0,1%.
Submissão ao imperialismo e defesa do grande capital.
Continuamos seguindo a mesma cartilha de subordinação ao imperialismo, é por isso que nosso país não pode passar imune a crise mundial. Seguimos aplicando as medidas pelo Banco Mundial nas mais diversas áreas. A título de exemplo, podemos frisar a educação superior que seguiu as propostas do imperialismo e agora se encontra em frangalhos, não por um acaso estamos participando da maior greve da história na educação superior. A fusão do público com o privado, a transformação da educação em moeda com a subjacente precarização do ensino aconteceram e seguem acontecendo aqui e em todo o globo e tem origem nos projetos do Banco Mundial que notadamente estão a serviço do imperialismo, sobretudo ianque.
"No documento Brasil Justo, Sustentável e Competitivo, o Banco Mundial apresenta a agenda de reformas a ser implementada pelo governo Lula da Silva, destacando como enfoque central a necessidade de reformas na educação superior brasileira: “o país gasta mais, em termos per capita, em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e com o ensino superior do que a maioria das nações latino-americanas. Como explicar esse paradoxo? Em primeiro lugar, o setor público domina a P&D: os vínculos entre as universidades e o setor privado são relativamente fracos. Em segundo, o setor privado opera em ambiente freqüentemente burocrático, o que prejudica as firmas menores e mais novas e a inovação tecnológica. Em terceiro, a exposição das empresas brasileiras à tecnologia e gestão de ponta por meio do comércio (e do investimento estrangeiro orientado para as exportações) é relativamente baixa. E, por último, os gastos com o ensino superior beneficiam apenas poucos privilegiados. Todos estes fatores impedem ocrescimento econômico”. BANCO MUNDIAL, 2003. Brasil Justo, Sustentável e Competitivo. Contribuições para o debate.Disponível em www.bancomundial.org.br Acesso em 16/08/2004. Vejamos como fonte de prova a Lei Orçamentária Anual de 2012: 47,19% dos recursos do orçamento geral da união irão para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública, enquanto a saúde ficará com 3,98% e a educação com 3,18%, outras áreas como esporte, lazer, cultura e saneamento têm orçamento ainda menor." [retirado de http://antigo.andes.org.br/publicacoes/caderno_andes_gtpe.pdf]
Ou seja, praticamente 50% do orçamento é destinado para pagamento da dívida pública, para pagar banqueiros e especuladores principalmente estrangeiros. Durante o gerenciamento Lula muito foi propagandeado sobre o fim da dívida brasileira, o que nunca foi explicado é que se tratava apenas de troca de dívidas com os mesmos credores e de maneira a ficar mais interessante aos últimos. Hoje a dívida externa está aparentemente controlada, apesar de seguir aumentando, porém a dívida interna cresce assombrosamente.
A definição clássica das dívidas externa e interna dizia que a primeira era cobrada em Dólares por credores estrangeiros, enquanto que a segunda era cobrada em Reais por credores nacionais. Isto foi verdade em algum momento da nossa história. Atualmente, no entanto, a “sofisticação” do mercado financeiro tornou as dívidas muito parecidas, de forma que agora existem credores estrangeiros da dívida interna e títulos da dívida externa sendo vendidos em Reais.
Em outras palavras, o que houve de fato foi uma migração do capital especulativo da dívida externa para a dívida interna, só que com um custo bem mais alto para o Brasil. Um pequeno exemplo citado pela Auditoria Cidadã da Dívida Externa ilustra bem a afirmação:
“Em 2007, o Real se valorizou 20% frente ao dólar. Portanto, o investidor estrangeiro que no início de 2007 trouxe dólares para aplicar na dívida interna brasileira ganhou, durante o ano, 13% em média de juros, e mais 20% quando converteu seus ganhos em dólar. Portanto, em 2007, os estrangeiros ganharam uma taxa real de juros (em dólar) de mais de 30% ao ano!”
Dessa forma, podemos explicar o aumento da dívida interna que no início do gerenciamento petista em 2003 era de R$ 687 bilhões e chega ao ano de 2012 com o número astronômico de R$ 1.870 trilhões. Isto posto, podemos entender que o empréstimo de US$ 10 bilhões feito pelo Brasil ao FMI em 2008 foi mais uma forma de sugar nossas reservas. Aproveitaram de um período curto em que o país pôde acumular fundos, fazendo um empréstimo a juros de 4%, ou seja, muito menor do que os “investidores” conseguem com nossa dívida interna.
Se pegarmos os programas assistencialistas do PT – Bolsa Família - em 2012 de deve receber R$19,76 bilhões, em comparação não será nada perto do que é encaminhado aos banqueiros e especuladores. A decisão política do PT é de favorecer ao grande capital.
Destarte, o Brasil sediará dois mega eventos que movimentarão trilhões, a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016. O povo sabe que essas “atrações” não são para ele, pois o que temos é fascismo, despejos, trabalho escravo nas obras, privatizações como dos aeroportos, prostituição e uma infinidade de outros problemas.
Podemos ainda prever como esses “empreendimentos” podem ser nocivos economicamente. Primeiro, pois as finanças dessas competições não são públicas, conforme define a Lei da Copa, com certeza fraudes, desvios e especulações são regra nesses negócios escusos. E ainda, nas licitações das obras e terceirização de outros serviços o que se observa em sua maioria é a predominância de empresas estrangeiras ou, se ditas nacionais, que possuem capital internacional. Segundo, pegando o exemplo da Grécia que foi sede das Olimpíadas em 2004 e hoje tem uma dívida de 160% do seu PIB tendo um acréscimo de 5% com os Jogos.
Os trabalhadores não pagarão pela crise.
Deveras, nada prova mais a crise política e financeira do que as jornadas de lutas dos trabalhadores nesses dois últimos anos, em que inúmeras categorias entraram em greve. Ora, se tudo estivesse bem, por qual motivo os trabalhadores estariam em greve enfrentando a repressão?
O funcionalismo público atropelou os sindicatos amarelos e sobretudo os professores travaram lutas tenazes contra os gerenciamentos de turno. Mas o carro mestre das greves é a construção civil que tem colocado a nu a ligação do gerenciamento federal com as empreiteiras e tem denunciado a conivência do PT com o aliciamento, péssimas condições e até trabalho escravo nas obras do PAC, Copa do Mundo e “Minha Casa, Minha Vida”.
Não permitiremos que a crise seja jogada sobre os despossuídos, devemos nos organizar para a luta. Em São Paulo, as montadoras de veículos que faturaram no Brasil, na última década, como em nenhum outro lugar têm demitido funcionários sob alegação de crise. São as primeiras iniciativas que tendem se alastrar de maneira sombria.
Devemos seguir o poderoso exemplo do proletariado europeu e dos países árabes e transformar esse momento em um turbilhão que coloque em cheque esse podre e velho Estado. A juventude deve marchar lado a lado com os camponeses e operários para conseguir suportar os refluxos e colher as vitórias vindouras.
Esse é o momento de forja da juventude revolucionária. As lutas aumentam, PT e PCdoB já estão do lado dos poderosos. PSOL e PSTU se irmanam com eles como fazem em Belém do Pará. É, pois o momento de anunciar a boa nova da Revolução. Nada poderá impedir a fúria das massas.
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