Sem a mesma preocupação de enganar desavisados que tem o PT e Lula, Maluf disse com todas as letras:
“Quem mudou? O Lula assumiu em 2003 sob a desconfiança de que era um Fidel Castro brasileiro. Achava que ele tinha que ter estágio no governo brasileiro até para o povo se decepcionar com ele. Mas, da maneira que exerceu a Presidência, diria que ele está à minha direita. Eu, perto do Lula, sou comunista. Eu não teria tanta vontade de defender os bancos e as multinacionais como ele defende. Quando ele tira imposto dos carros, tira da Volkswagen, da Ford, da Mercedes. Quando defende sistema bancário, defende quem? Os banqueiros. Eu, Paulo Maluf, industrial, estou à esquerda do Lula. De modo que ele foi uma grata revelação do livre mercado, da livre iniciativa”.
Realmente, não foi o Lula quem declarou que “nunca antes na história desse país” os bancos haviam lucrado tanto? Não foi, também, Lula, quem bradou serem os usineiros de cana-de-açucar do Nordeste, verdadeira herança do Brasil colônia, os “verdadeiros heróis nacionais”? Não foi o governo do PT, aliás, quem selou em sua “base aliada” acordo com todas as oligarquias mais anacrônicas do País, como os Collor, Sarney, Calheiros, Barbalho, et caterva?
Podemos dizer que com essa declaração, Maluf provavelmente falou, pela primeira vez em sua vida, uma verdade. Estará a múmia querendo “morrer em paz”? Vejamos.
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