TREMAM SENHORES A JUVENTUDE COMBATIVA ACORDOU
Como em geral tem acontecido nas manifestações que tomaram conta do território nacional, a precariedade do transporte público foi o estopim que detonou a revolta popular. A população do entorno de Brasília, uma das mais pobres do Brasil, é vítima diuturna da repressão fascista da Polícia Militar e da Forca Nacional de Segurança e encontra-se submetida as mais diversas humilhações nas filas dos hospitais públicos, nas escolas sem estrutura, vivendo em moradias inadequadas e desamparada pelo Estado que só protege os ricos. Esse quadro absurdo de sevícias e opressão foi o combustível que alimentou a revolta popular.
À medida que o protesto avançava, a indignação tomava conta da massa que expressava com mais vigor sua combatividade. Para garantir a interrupção do trânsito, houve queima de pneus e de contêineres de lixo. O ponto alto se deu quando os ônibus do monopólio Viação Anapolina, empresa responsável pelo transporte no entorno do DF, foram cercados pelo povo indignado, que os apedrejou e incendiou 8 ônibus. Os manifestantes ainda seguiram para prefeitura da cidade, atrás da gerente de turno Lucimar (PT), que não se encontrava no local. O prédio da administração municipal também foi vítima do ódio do povo, que quebrou quase todas as suas vidraças.
Ao fim do protesto a Policia Federal Rodoviária foi mobilizada para dispersar os manifestantes. Foram disparados contra a população (inclusive na direção dos ônibus e carretas que estavam parados devido ao protesto) tiros de armas de fogo, bomba de efeito moral e gás lacrimogêneo. Ao final segundo a Policia nove pessoas foram detidas.
Mais uma vez cai por terra o velho discurso pacifista
Enche-nos de orgulho mais esse exemplo de combatividade do povo que luta por seus direitos. Nada pode nos deixar mais estimulados que a massa revoltada rechaçando os discursos raivosos da imprensa reacionária e bradando em suas ações: vândalos são o Estado e as classes dominantes que nos exploram!
A combatividade nos protestos populares demonstram: a falência e inocuidade do pacifismo tão apregoado pela pequena burguesia mais abastada mobilizada pela direita e que encarna o discurso do monopólio de imprensa; e nos informa sobre a necessidade histórica da luta radicalizada!
Dilma segue à risca cartilha da Rede Globo
Quem estivesse acompanhando os
noticiários dos monopólios de imprensa a respeito das manifestações
populares, particularmente os da Rede Globo, não se surpreendeu com o
pronunciamento de Dilma Roussef, nem viu nele nada de novo. Não seria
realmente nenhuma surpresa descobrir que tenha sido escrito por William
Bonner, Ali Kamel ou qualquer desses fascistas que escrevem os
editoriais da empresa dos Marinho. Para quem tenha o mínimo senso
crítico, ficou claro que não se tratou de um pronunciamento para o povo
brasileiro –e sim para a FIFA e os “investidores internacionais”,
assegurando que digam as ruas o que disserem haverá sim a Copa do Mundo.
Tanto é que, prontamente, a máfia do futebol internacional correu a
elogiar o discurso da mandatária:
“Recebemos muito bem as palavras que
a presidente dirigiu à Nação e temos certeza que teremos uma Copa das
Confederações e uma Copa do Mundo em segurança e que todos os torcedores
vão poder aproveitar”, disse o porta-voz da Fifa, Pekka Odriozola, em anúncio oficial da entidade na manhã de sábado.
Troque-se vândalos por terroristas e
extremistas (alguns mais afoitos já o fazem) e segurança pública por
segurança nacional e teremos completa a discurseira furibunda do regime
militar. Nas manifestações, as imagens que vemos de blindados e soldados
armados da cabeça aos pés avançando sobre manifestantes com paus e
pedras já são as mesmas que aquelas que acostumamo-nos a ver nos livros
de História sobre as jornadas de 68.
Voltando ao discurso de Dilma, nada mais
fez que repetir pari passu a cartilha dos monopólios de imprensa, Rede
Globo à frente, sobre as manifestações, tentando separar o que são
protestos “legítimos” –aqueles que não põem em risco a “lei e a ordem”
do latifúndio, da grande burguesia e do imperialismo –dos atos de
“radicalismo”, na infame tentativa do Estado de lançar massas contra
massas. Se tivéssemos que resumir o pronunciamento de Dilma em
pouquíssimas palavras, poderíamos dizer: “reivindiquem tudo, só não
mexam com a Copa”.
Sobre as “promessas” feitas ao povo, são
um misto de medidas inócuas e outras absurdas. Plano Nacional de
Mobilidade Urbana? Reunião com prefeitos e governadores? Todos sabem que
quanto mais pomposo um tal “plano nacional” mais inócuo é –mesmo porque
as oligarquias encasteladas nos podres poderes da “República” se
engalfinharão sobre quem ganhará mais, nenhuma querendo abrir mão do seu
quinhão. 100% dos royalties do petróleo para a educação? Mas, espera
aí, por que royalties, pressupondo que o petróleo
brasileiro será alienado para transnacionais, e não a exploração do
petróleo propriamente dito, com a suspensão dos infames leilões? A
importação de médicos, até aqui, ao lado da mentira desavergonhada de
que não houve dinheiro público investido em estádios, soa como o ponto
mais descarado de mentira desse discurso. Todos sabem que o problema do
Sistema Único de Saúde não é a falta de médicos por haverem poucos
profissionais formados pelas universidades brasileiras, e sim porque são
poucos os dispostos a receber os baixos salários, grande parte deles em
contratos terceirizados, e enfrentar as péssimas condições de trabalho.
Pensemos: esse pronunciamento vazio,
cuja única medida concreta e imediata é a garantia da “lei e ordem”,
isto é, repressão, não poderia ser diferente. O Estado brasileiro não é
um ente abstrato, um carro desgovernado que qualquer um pode dirigir, ou
um espaço de “disputa”. O Estado brasileiro é um Estado genocida de
pobres, burguês-latifundiário, serviçal do imperialismo, uma máquina de
repressão para assegurar o poder das classes dominantes. Esse Estado não
marchará contra sua lógica. Mesmo direitos elementares, plausíveis
dentro do capitalismo, são negados ao nosso povo, em nome do superlucro
do “agronegócio” e empreiteiras, banqueiros e “investidores”. Dilma, ou
qualquer um que sente nas cadeiras de presidente, senador, prefeito,
etc., não passam de bonecos daquelas classes. Por isso, não há outro
caminho às massas que seguir combatendo e resistindo, tendo claro que
somente a revolução de nova democracia que derrube esse velho Estado e
construa um novo, baseado na aliança operário-camponesa, poderá
definitivamente assegurar ao povo todos e cada um dos seus direitos.
No hay comentarios:
Publicar un comentario