“A paciência acabou. Não vamos tolerar enrolação.’’
Desde 28 de novembro, milhares de operários de Belo Horizonte (MG) decidiram cruzar os braços, afirmando que só irão voltar ao trabalho quando a pauta de reivindicações for atendida. Essa combativa greve tem sacudido toda BH. Os trabalhadores, particularmente a juventude operária, tem demonstrado toda sua disposição de luta, radicalizando os protestos com bombas que eclodem a cada quarteirão por onde passam as manifestações, dando um claro recado de que a classe não está de brincadeira.
Essa rebelião operária é mais do que justa! Enquanto os empresários constroem hotéis de luxo para enriquecer durante os grandes eventos, à custa do suor e sangue do trabalhador, a classe padece em moradias improvisadas, sem saneamento básico, em áreas de risco, ou pagando aluguéis abusivos, por não terem onde morar.
A pressão das empreiteiras para a conclusão das obras antes da tentativa de Copa, fruto da ganância patronal, esgotam o trabalhador, que tem que trabalhar fim de semana e feriado para garantir sua subsistência, tudo sob pressão, pois os patrões cobram produção.
A burguesia suga o sangue do trabalhador, mas se recusa a pagar um salário digno, se nega a cumprir a legislação e fornecer alimentação nos canteiros de obras. Em Minas, os operários tem que levar marmita pro trabalho e não recebem lanche da tarde também.
Como não bastasse a exploração e humilhação diária, o sindicato patronal ofereceu um reajuste mísero de 7,5%, que em cima do salário do servente significa um aumento de R$1,85 por dia, ou seja, não paga nem um litro de leite. A intransigência dessa máfia patronal é tamanha que não compareceram na última reunião de negociação realizada no Ministério do Trabalho.
As principais reivindicações dos operários são:
---- Melhores salários;
---- Almoço e café da tarde em todos os canteiros de obras, e com qualidade (BH é uma das poucas cidades onde os trabalhadores ao têm esse direito garantido);
---- Fim da terceirização nos canteiros de obras;
---- Melhoria das condições de trabalho;
--- Adoção de medidas de segurança que realmente evitem os diversos “acidentes” (verdadeiros assassinatos) nos canteiros de obras;
---- Alojamentos decentes.
Os operários da construção civil são uma das categorias em que a exploração é mais brutal, onde todos os dias trabalhadores são assassinados com acidentes de trabalho, que acontecem justamente pela correria para entregar a obra, pelas péssimas condições de segurança e pela fome, que faz com que os operários trabalhem sem as mínimas condições.
O MEPR tem participado ativamente desde o início da greve, entendendo que os estudantes devem estar lado a lado com os operários nessa luta, que é de toda nossa classe, pois nossos inimigos são os mesmos, é o velho Estado e as classes dominantes parasitas e sanguessugas que o dirigem, a grande burguesia, o latifúndio e o imperialismo.
Chamamos toda a população, particularmente a juventude combatente, a apoiar a justa greve dos operários da construção,entendendo que se defendemos uma nova sociedade, livre de toda exploração do homem pelo homem, temos que construir desde já, novas relações entre os estudantes e operários.
Saudamos a diretoria do Sindicato Marreta que dirige essa greve tão importante, que acontece no ano em que o povo brasileiro se levantou nas grandes cidades contra toda opressão e injustiça. Os companheiros da Marreta têm conduzido com firmeza e determinação a classe na luta por seus direitos e se afirma assim como um sindicato classista e combativo. Segue como um exemplo de luta e resistência em meio a um movimento sindical tomado por direções pelegas e oportunistas, que conciliam com os patrões e vendem os interesses da classe.
Fazemos essa saudação em especial neste ano, em que os companheiros perderam o seu grande mestre Osmir Venuto. A diretoria do Marreta mantém erguida a bandeira do dirigente Osmir e persiste no caminho da luta classista e combativa, caminho esse trilhado pelo companheiro ao longo de sua vida.
Saudações vermelhas do MEPR aos companheiros da Marreta!
Viva a justa greve dos operários da construção civil!
Marreta no patrão, pra acabar com a exploração!
Para quem quiser participar, faça contato pelo email minas@mepr.org.br.
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